terça-feira, 30 de julho de 2013

Apelo ao compromisso na moção de confiança é mera "retórica política" para o PS

.
PS entende que o Governo não está realmente interessado em negociar entendimentos.

A contradição entre o discurso e a prática e as verdadeiras razões por trás da apresentação da moção de confiança - será com este discurso que o Partido Socialista, o principal partido da oposição, tenciona confrontar hoje, no Parlamento, a iniciativa da maioria que suporta o Governo de Pedro Passos Coelho.

Depois de um fim-de-semana em que os líderes do PSD e PS circularam pelo país em modo de pré-campanha eleitoral, poucas hipóteses restavam para que a moção de confiança que é esta tarde votada na Assembleia da República resulte numa aproximação.

No Largo do Rato, a iniciativa e o apelo ao compromisso nela constante são reduzidos a uma manobra política. "É apenas retórica política que não se confirma em políticas concretas", resume um dirigente ao PÚBLICO.

E é isso mesmo que o PS tenciona destacar hoje no hemiciclo. O anúncio da privatização dos CTT e o relatório de António Lobo Xavier sobre o IRC - em relação ao qual os socialistas garantem não terem sido ouvidos - são os exemplos recentes dados dessa contradição governamental entre discurso e prática.

Mas os socialistas não pretendem limitar-se ao consenso. O PS considera essencial fazer o "ponto de situação" em relação à crise política. "Todos sabemos por que é que esta moção de confiança acontece", avisam no Largo do Rato, lembrando a crise política iniciada a 1 de Julho com a demissão de Vítor Gaspar.

Pelo meio, os sinais que surgiram não foram prometedores. No domingo, Pedro Passos Coelho foi a Vila Real, de "cabeça bem erguida", garantir que tinha "boas contas a prestar" aos portugueses nas autárquicas. Defendeu o trabalho do seu Governo e foi mexer numa ferida ainda aberta com o PS. "Não acredito que a Constituição nos impeça de fazer o que qualquer sociedade faz", disse a propósito da mobilidade e despedimentos na função pública.

Notas do Papa Açordas: O sr. Passos já teve tempo suficiente para saber que "não se apanham moscas com vinagre"... O rapazinho quer o consenso com o PS, mas não tem tento na língua!...

1 comentário:

O Puma disse...

Hoje o desgoverno testou-se a si mesmo