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1. Apresentei hoje de manhã a minha demissão do Governo ao Primeiro-Ministro.
2. Com a apresentação do pedido de demissão, que é irrevogável, obedeço à minha
consciência e mais não posso fazer.
3. São conhecidas as diferenças políticas que tive com o Ministro das Finanças. A sua decisão
pessoal de sair permitia abrir um ciclo político e económico diferente. A escolha feita pelo
Primeiro-Ministro teria, por isso, de ser especialmente cuidadosa e consensual.
4. O Primeiro-Ministro entendeu seguir o caminho da mera continuidade no Ministério das
Finanças. Respeito mas discordo.
5. Expressei, atempadamente, este ponto de vista ao Primeiro-Ministro que, ainda assim,
confirmou a sua escolha. Em consequência, e tendo em atenção a importância decisiva do
Ministério das Finanças, ficar no Governo seria um acto de dissimulação. Não é politicamente
sustentável, nem é pessoalmente exigível.
6. Ao longo destes dois anos protegi até ao limite das minhas forças o valor da estabilidade.
Porém, a forma como, reiteradamente, as decisões são tomadas no Governo torna,
efetivamente, dispensável o meu contributo.
6. Agradeço a todos os meus colaboradores no Ministério dos Negócios Estrangeiros a sua
ajuda inestimável que não esquecerei. Agradeço aos meus colegas de Governo, sem distinção
partidária, toda a amizade e cooperação.
Paulo Portas
Lisboa, 2 de julho de 2013
domingo, 28 de julho de 2013
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