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Manuel António Pina
Finalmente, todos os partidos representados na Assembleia 
Legislativa da Madeira (e até deputados independentes) se 
puseram de acordo. E sem bandeiras nazis, abandonos do hemiciclo 
ou ameaças de pancadaria. 
O suave milagre foi conseguido pelo Ministério Público, que reclama 
dos partidos madeirenses a devolução de verbas recebidas nos anos 
de 2006 e 2007 para a actividade parlamentar e que, segundo o "Público", 
foram desviadas "para pagar propaganda partidária e a campanha das 
regionais de 2007, ou até para comprar e reparar viaturas de uso privado".
O festim financeiro envolve algo como 6,3 milhões de euros, generosamente 
distribuídos pelo PSD (4,4 milhões), PS (1,3 milhões), CDS (229 mil), dois 
deputados independentes (170 mil), PCP (159 mil), BE (62 mil) e PND (25 mil). 
O MP aplicou ainda aos líderes parlamentares, todos suspeitos de crime de 
peculato, multas de 9 800 euros.
Obviamente ninguém pagou. As razões são ponderosas (são mesmo as mais 
ponderosas de todas) e os partidos da Madeira esqueceram divergências e 
juntaram a voz num coro por uma vez unânime: "Não devolvemos o dinheiro! 
Já o gastámos!". Apoiados no parecer de um dos escritórios de advogados 
do costume, querem responder perante o Tribunal Constitucional. Aí, ao 
menos, 10 dos 13 juízes são escolhidos pelos partidos e os outros 3 cooptados 
por esses 10. (Jornal de Notícias)
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terça-feira, 8 de maio de 2012
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