segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Síria. “As forças de Bashar al-Assad vão colapsar em Fevereiro”

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Entrevista exclusiva de general desertor segue-se ao duplo veto na ONU pela Rússia e China, classificado de “paródia grotesca” pelos EUA

Mustafa al-Sheikh é a mais alta patente do Exército sírio de entre os milhares de soldados que já desertaram desde o início da revolução popular no país a 15 de Março. O general, que como tantos outros fugiu para a Turquia, falou ontem em exclusivo com o “The Daily Telegraph”, a quem garantiu que a queda das forças de segurança do regime repressivo de Bashar al-Assad está prestes a acontecer. “O Exército vai colapsar já em Fevereiro”, garante o general sírio.

A forma como os eventos se têm desenvolvido no país não ajudam a acreditar nas palavras de Al-Sheikh, sobretudo depois de, no sábado, a Rússia e a China terem voltado a fazer uso do seu poder de veto no Conselho de Segurança (CS) da ONU para chumbar uma nova resolução de condenação à forma violenta como Al-Assad tem reprimido os manifestantes pacíficos.

Mesmo depois de o órgão das Nações Unidas ter aceite alterar o documento, retirando a alínea onde os estados-membros exigiam a saída imediata de al-Assad do poder, os dois aliados estratégicos da Síria impediram que a resolução fosse aprovada.

Essa votação aconteceu apenas horas depois dos “mais sangrentos ataques do governo” em quase 11 meses de revolta popular, de acordo com opositores e testemunhas no terreno. Estes tiveram lugar em Homs, um dos bastiões da oposição ao regime, e deixaram mais de 200 mortos.

O duplo veto pela Rússia e pela China não é inédito, mas à medida que se aproxima o primeiro aniversário dos protestos, a comunidade internacional endurece o discurso contra os dois países. Ontem, os Estados Unidos reagiram formalmente aos vetos. “O que aconteceu ontem [anteontem] nas Nações Unidas foi uma paródia grotesca”, disse Hillary Clinton em Sófia, capital da Bulgária, onde está em visita oficial. “Perante um Conselho de Segurança castrado, temos de redobrar os nossos esforços fora das Nações Unidas com os aliados e parceiros que apoiam o direito do povo da Síria a terem um futuro melhor”, apelou ainda.

Notas do Papa Açordas: Compreende-se o sentido de voto da Rússia e da China. Como ambas são ditaduras, não têm interesse em atacar a Síria de Bashar al -Assad, pois podiam provocar danos internos nos seus países...

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