sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A breve história da previsão que começou em -1,8% e vai em -3,3%

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Mais uma revisão ligeira em baixa para a economia portuguesa este ano, desta vez da Comissão, com impacto no emprego e no plano da troika

Quando Portugal assinou o memorando da troika, em Maio de 2011, a previsão de recessão para este ano assumida no documento era de -1,8%. Em Agosto, o governo manteve a previsão no Documento de Estratégia Orçamental. Já em Outubro, no Orçamento do Estado para 2012, agravou o valor para -2,8%, citando o impacto negativo das medidas adicionais de consolidação orçamental (necessárias em 2012 para compensar as medidas extraordinárias em 2011).

Em Dezembro, o FMI apresentou uma previsão ligeiramente mais pessimista, de -3%. A deterioração da conjuntura externa – da qual depende o único motor de crescimento da economia, as exportações – começou a surgir como factor claro de risco.

Em Janeiro, o Banco de Portugal publicou uma previsão de recessão marginalmente pior, de -3,1%, citando o efeito das medidas adicionais de austeridade e do arrefecimento externo. O banco central sublinhou que havia 55% de probabilidade de o valor real ser pior.

Ontem, a Comissão Europeia acrescentou mais uma previsão. Para Bruxelas, a contracção da economia portuguesa será de -3,3%, um valor uma vez mais ligeiramente superior às previsões mais recentes, mas cada vez mais distante do valor de referência inicial de -1,8% que serve de base ao programa da troika.

“Já é uma diferença significativa face ao cenário inicialmente assumido pela troika, com grande impacto [adicional] na taxa de desemprego”, comenta o economista Miguel Beleza, para quem ainda é cedo falar em novas medidas ou ajustamentos do programa.

Notas do Papa Açordas: Estes "governantes" são uns autênticos falhados. Então nas previsões económicas, é um ver se te avias, cada um quer falhar mais que o outro...

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