quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Pobreza nas escolas. A fome sentou-se na primeira fila da sala de aula

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Petição para pequeno-almoço ser servido nas escolas já tem quase 10 mil assinaturas

Quando a petição Pelo Pequeno-Almoço na Escola atinge quase 10 mil assinaturas em poucas semanas, isso significa que há muita gente alarmada com a pobreza nas salas de aula. Cerca de 9900 portugueses pedem aos governantes que crianças e adolescentes não fiquem em jejum até à hora do almoço. A primeira refeição da manhã, no entanto, já é fornecida aos alunos mais carenciados em boa parte das escolas básicas do país. Mas não é um “suplemento alimentar” servido a meio da manhã ou à tarde que resolve todos os problemas, avisam professores, pais, directores ou funcionários dos estabelecimentos de ensino público.

A fome nas escolas não acaba com um copo de leite, uma maçã e uma sandes de queijo, servidos antes de os alunos entrarem na sala, nem a pobreza é fácil de detectar no meio de turmas com 30 alunos. Mas desde o início deste ano lectivo os casos de miséria escondem-se cada vez menos.

Quando as crianças vão ter com um funcionário “a pedir um pão com manteiga” é porque há fome. A conclusão é de Ester Galiano, professora bibliotecária no agrupamento de Marvila, em Lisboa.

Quando os professores aproveitam as sobras do refeitório para dar aos alunos, é porque também há fome, acha Vicente Dias, director das escolas Fernando Casimiro Pereira da Silva, em Rio Maior.

Quando as cozinheiras da escola D. Martinho Vaz de Castelo Branco fazem um “lanche” para as crianças levarem para casa, é porque há alunos a passar por “muitas dificuldades”, alerta Miguel Cruz, dirigente da associação de pais do agrupamento da Póvoa de Santa Iria, em Vila Franca de Xira.

Quando os professores e funcionários da Escola Maria Alberta Meneres, em Sintra, trazem roupa, mochilas e ténis para os alunos não andarem rotos e com frio no recreio, é porque a pobreza já não tem muito mais lugares onde esconder-se.

Notas do Papa Açordas: Era bom que o sr. Passos Coelho se debruçasse sobre este tema... Talvez a Troika autorize umas "migalhas" para matar a fome a estes jovens...

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