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Sócrates afastou ontem qualquer entendimento à esquerda e diz que se ganhar deve ser ele a formar governo
Colocaram a gravata da mesma cor, mas foi apenas essa a sintonia, no presente e no futuro, entre José Sócrates e Jerónimo de Sousa. No debate de ontem à noite, Sócrates rejeitou entender-se com a esquerda e ainda aproveitou para deixar um aviso a Cavaco Silva.
Por razões históricas, lembrou o líder socialista, "quem ganha as eleições é que vai para o governo". A pergunta era simples: concorda que mesmo que o PS vença as eleições, Cavaco Silva possa dar posse a uma coligação entre PSD e CDS? Tudo porque as sondagens mais recentes insistem em colar PS e PSD - ontem, no estudo da Intercampus para a TVI, o PSD recuperou 2,9% numa semana para os 36,1%, contra 35,4% para o PS . Perante a possibilidade de não sair uma maioria absoluta de um só partido, o líder do PS quis deixar claro que está disponível para dialogar e que não compete ao Presidente impor à partida uma coligação: "Não está nas competências do Presidente da República tomar essa decisão [a de só dar posse a um governo maioritário] à cabeça, pode tomá-la mais tarde", reforçou.
De lado, fica já qualquer entendimento com o PCP e o BE: "Se o PS vencer terá total abertura e disponibilidade para dialogar com os partidos que assinaram o memorando de entendimento", ou seja, apenas com PSD e CDS. E isto, no dia em que Jerónimo admitiu dialogar com o PS depois das eleições, caso estes colocassem de lado algumas das medidas acordadas com a troika.
No debate de ontem, transmitido pela SIC, Jerónimo e Sócrates insistiram na separação de águas. Empunhando a bandeira do Estado Social, Sócrates tentou entrar no eleitorado da esquerda, dizendo-se o seu defensor e Jerónimo contrapôs com as políticas do executivo socialista e com aquelas que o PS assinou com a troika: "Esta fixação de congelar e cortar salários é de facto um desastre", disse o líder do PCP.
Notas do Papa Açordas: O sr. Sócrates está agarrado ao poder como lapa à pedra... Será que tem medo dos inquéritos que vêm aí?...
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