Para limpar o ''stock'' de crédito malparado, os bancos estão a recorrer em força às leiloeiras e a lançar campanhas. Oferecem preços mais baixos e crédito mais fácil
O número de imóveis penhorados está a crescer a um ritmo galopante. Se o malparado na habitação - 1,96 mil milhões de euros em Março - demonstra a dificuldade dos portugueses em pagar o crédito, o balanço dos leilões de imóveis penhorados pela banca, nos primeiros meses do ano, não deixa margem para dúvidas: 2011 será um ano de recordes.
Para escoar o elevado stock de imóveis em carteira, sobretudo nos subúrbios à volta de Lisboa e Porto, os bancos estão a recorrer em força às leiloeiras. Em complemento, lançam campanhas de "oportunidades" ou "saldos" e estabelecem parcerias com empresas de mediação imobiliárias. Imóveis com descontos superiores a 30%, spreads mais baixos, financiamento a 100% e isenção de várias despesas são as armas utilizadas pela banca para limpar os balanços da dívida em incumprimento. Para os potenciais compradores, particulares ou investidores, encontrar condições idênticas nos tradicionais canais de venda de imóveis assume-se como uma missão (quase) impossível na actual conjuntura. Desde Janeiro, chegaram à praça 1550 imóveis só através das duas leiloeiras especializadas neste segmento - Luso-Roux e Euro Estates. Foram realizados 22 leilões este ano e, até Dezembro, o calendário já está muito preenchido.
A Luso-Roux levou a leilão cerca de 650 lotes, num valor aproximado de 42 milhões de euros, a que acrescem mais 200 lotes, com valor base de licitação de 12 milhões, neste último fim-de--semana de 28 e 29 de Maio, adiantou Ana Ferro, directora comercial da Luso-Roux. "Prevemos até ao final de 2011 realizar mais 19 acções, o que irá totalizar cerca de 30 leilões este ano", revelou.
Notas do Papa Açordas: Mais uma consequência das políticas desastrosas do sr. Sócrates... Espero que os portugueses saibam, no dia 5, "agradecer" tão caótica administração...
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