Ex-autarca reconhece que pode ser expulso do partido por apoiar uma candidatura independente a Sintra, mas desvaloriza essa possibilidade.
O antigo autarca de Cascais, António Capucho, reconheceu neste sábado que a direção do PSD pode expulsá-lo do partido por integrar uma candidatura independente a Sintra, mas argumentou que “quem estará a mais” no partido são “aqueles que o desviaram da sua orientação programática”.
“Reconheço que a actual direcção está no seu direito, em termos formais, de aplicar a norma estatutária que permite expulsar todos aqueles que apoiarem candidaturas autárquicas independentes”, afirma António Capucho, em comunicado.
O ex-autarca reagiu assim à manchete do Diário de Notícias deste sábado, segundo a qual o líder da distrital de Lisboa do PSD, Miguel Pinto Luz, quer a expulsão de Capucho do partido, por integrar a candidatura autárquica independente de Marco Almeida a Sintra.
António Capucho diz que apoiará uma “regeneração do PSD” e que por isso não se demitiu do partido, tendo apenas suspendido a sua militância. Contactado pela Lusa, esclareceu que a suspensão não é “nenhuma figura jurídica”, significando que deixou de exercer militância. Em 2011, Capucho comunicou ao partido que deixaria de presidir à secção de Cascais, tendo desde então sido substituído pelo vice-presidente daquela estrutura nas funções.
“Na verdade estou há muito ‘fora’ do PSD desde que a actual direcção se afastou da matriz social-democrata que esteve na génese do partido liderado por Sá Carneiro e que eu me orgulho de ter ajudado a fundar e a implantar em todo o país”, afirma, no comunicado.
Capucho argumenta que “a estratégia e a acção governativas são bem demonstrativas do alinhamento neoliberal do PSD e da subserviência apática às imposições da troika”. Diz ainda que “no seio do partido a orientação prepotente e oligárquica dominante a nível nacional e em muitas estruturas distritais e locais vai pelo caminho do maniqueísmo” de “quem não é por eles é contra eles”.
Notas do Papa Açordas: Capucho tem toda a razão, pois quem está a mais no PSD não é ele, mas sim, todos os "chulos" que tomaram de assalto o partido e o poder...
Sem comentários:
Enviar um comentário