segunda-feira, 24 de junho de 2013

A FIFA é a "troika" deles

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"Na prisão paulista Tiradentes, em 1970, a revolucionária Vanda sonhou com manifestações de um milhão cercando o Palácio do Planalto, em Brasília - lembrava, ontem, o cronista brasileiro Elio Gaspari. Já sem o seu nome da clandestinidade, Dilma Rousseff acabou, na semana passada, por viver um dia assim. Mas do lado errado: dentro do palácio, de onde só saiu protegida pela tropa. Outro cronista, Ancelmo Gois, revela que Wilson Simoninha é um dos produtores do jingle Vem Pra Rua, lançado para ser anúncio da Fiat na Taça das Confederações. Com os seus versos ("a rua é a maior arquibancada do Brasil"), a musiquinha estava a pedi-las e tornou-se o hino das atuais manifestações. Ora Simoninha é filho de Wilson Simonal. E Simonal é um dos grandes da música brasileira (oiçam Nem Vem Que Não Tem), negão que cantava com Sarah Vaughan e enchia salas... mas não criticava a ditadura militar. Quando esta caiu, suspeitou-se que Simonal tinha amigos da polícia política e ele acabou como artista... Ironias destas - o Palácio do Planalto e Vanda/Dilma e o filho do reacionárioSimonal incendiando hoje as massas - são ótimas para filme mas não nos explicam este Brasil. Outro cronista, Luis Fernando Verissimo, deixa pista mais sólida: os brasileiros engalinham com a FIFA. Com a mania de dar ordens em casa alheia, ela acabou por desautorizar os comparsas, as autoridades locais. Traduzo: por cá, com troca nas fífias, FIFA diz-se troika." (Ferreira Fernandes - Diário de Notícias)

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