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Em dia de greve geral, Cavaco Silva e Passos Coelho tiveram que sair à rua para cumprir agendas que não dependiam de si. Serviu para mostrar que a conta da segurança do chefe do Governo é a maior.
Na quarta-feira, de manhã, a visita do primeiro-ministro à fábrica da Sicasal, em Vila Franca do Rosário, no concelho de Mafra foi rodeada de um dos maiores aparatos policiais desde que Pedro Passos Coelho chegou ao Governo.
À saída da auto-estrada, na Malveira, dois carros da Brigada da GNR e meia dúzia de militares esperavam a passagem dos carros do primeiro-ministro. Já dentro da vila, o acesso da EN8 à rua da fábrica estava condicionado a quem tivesse “convite ou cartão de acesso”. A imprensa tinha ainda que mostrar a carteira profissional, a um dos três militares da GNR.
Ao longo dos menos de mil metros de acesso à fábrica, havia mais cinco elementos da GNR, colocados a espaços, e ainda uma dupla de cavaleiros a fazer patrulha na área. Ao portão da Sicasal, novo dispositivo: pelo menos sete GNR mais cinco polícias de uniforme azul e boné na cabeça, estrategicamente colocados em fila, como se de uma parede se tratasse.
Arruaceiros, manifestantes ou um habitante que fosse? Não, ninguém. Ou Vila Franca do Rosário desconhecia a vinda do ilustre visitante ou decidiu, em uníssono, ignorar.
Já dentro do recinto da fábrica, uns minutos antes de Passos Coelho chegar, uma grande comitiva aguardava-o. Já havia seguranças a vaguear por ali e mais cinco ou seis elementos da PSP. A visita de Passos Coelho mobilizou para ali pelo menos duas dezenas de elementos da GNR e uma dúzia da PSP, sem falar nos seguranças à civil.
Quando o primeiro-ministro chegou (à hora certa), descerrou a placa a assinalar a sua visita e subiu ao segundo andar. Um segurança fez questão de andar a espreitar pelos corredores junto à sala da administração, onde Passos bebia café com Álvaro Silva, o dono da Sicasal, para se certificar de que tudo estava “limpo”.
Na sala dos discursos, os seguranças, sempre de fato completo de bom corte e cabelo bem aparado, são menos perceptíveis entre o batalhão de convidados em fatos de tons escuros. Mas em alguns, o auricular – de fio translúcido e retorcido que sai de trás da orelha e desce pelo pescoço junto ao colarinho da camisa – não deixa dúvidas. Colocam-se nos extremos da sala, junto a portas e janelas.
E hão-de misturar-se a seguir, com jornalistas, vestidos com as batas de plástico branco e boné de pala descartáveis. Raramente falam, raramente esboçam um sorriso.
Notas do Papa Açordas: A segurança é directamente proporcional ao afastamento que estes "políticos" estão do povo português!... Passos e Cavaco fogem da população... têm medo do contacto directo::: "artistas" destes não fazem falta em Portugal!
1 comentário:
Gostei da tua nota!
Um abraço das pedras da calçada
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