sábado, 15 de maio de 2010

PSD dividido sobre o "amén" de Passos Coelho

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Socialistas aplaudem Passos Coelho
PSD mais dividido que PS sobre acordo do "bloco central"
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O estado de graça de Pedro Passos Coelho no PSD é uma espécie de rolo compressor: o acordo com o Governo de Sócrates para as medidas de austeridade pode causar desconforto, depois de meses de ataques violentos ao PS, mas as críticas, para já, ficam caladas. Duas excepções: José Eduardo Martins, deputado e membro da direcção de Manuela Ferreira Leite, e o autarca algarvio Macário Correia.
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Ao PÚBLICO, Eduardo Martins assumiu que tem dúvidas quanto à "partilha" do PSD das medidas de austeridade aprovadas pelo Governo esta semana. Independentemente de considerar necessárias algumas delas, e sem questionar a legitimidade da direcção de Passos Coelho, o deputado acha que os sociais-democratas poderiam ter optado pela abstenção, a exemplo do que se fez com o Orçamento do Estado e com a resolução sobre o Programa de Estabilidade e Crescimento. "Parece que estamos a partilhar as decisões, quando é o PS, e não o PSD, que está a governar", afirmou.
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Também Macário Correia alertou para o perigo de um "espírito de bloco central" com o PS no poder, a "esconder a autonomia do pensamento do PSD". Para o presidente da Câmara de Faro, o país precisa de uma linha de pensamento alternativa, que "pode ter muitas faixas de convergência" mas não deve ser unânime.
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A polémica também pode ser ao estilo do "perdoa-me" de Passos Coelho. O pedido de desculpas do líder social-democrata não caiu bem a dirigentes do partido: a "genuinidade" referida pela direcção pode confundir-se com populismo, dizem os mais críticos. Um estilo, assinala um deputado, impensável nas lideranças de Ferreira Leite ou de Durão Barroso.
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Notas do Papa Açordas: Sócrates não fez mais que dividir as culpas da crise e de uma má governação com Passos Coelho. Por mais estranho que possa parecer, esse facto aconteceu e está a deixar muitos dos militantes do PSD à beira de um ataque de nervos... Com este acordo, até parece que Sócrates voltou aos gloriosos tempos da sua maioria absoluta... Pelo menos, arrogância não falta!
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