quinta-feira, 27 de maio de 2010

O governo da trapalhada

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Governo aprova hoje redução dos apoios
Desempregados mais pobres também vão pagar o combate ao défice
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Os desempregados, mesmo os mais desfavorecidos, também serão chamados a contribuir para a redução do défice das contas públicas. O Governo decidiu, ontem, acabar com um conjunto de apoios sociais extraordinários criados para apoiar os desempregados durante a crise económica e que deveriam manter-se até ao final deste ano.
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Durante um encontro com os representantes dos sindicatos e dos patrões - e no mesmo dia em que a OCDE divulgou que a taxa de desemprego em Portugal chegará aos 10,6 por cento no final de 2010, acima dos 9,8 por cento previstos pelo Governo - a ministra do Trabalho, Helena André, anunciou que o prolongamento por seis meses do subsídio social de desemprego, atribuído aos desempregados mais pobres, vai acabar já nos próximos meses. Este ano, o Governo contava prolongar o subsídio social de desemprego a 50 mil pessoas, o que custaria perto de 40 milhões de euros. Contudo, o Ministério do Trabalho não esclareceu quantas pessoas já estão a beneficiar do apoio.
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O Governo decidiu ainda que o prazo mínimo de descontos para se ter acesso ao subsídio de desemprego, que agora era de 365 dias, também vai regressar ao anterior limite de 450 dias. E a majoração de 10 por cento do subsídio atribuído aos desempregados com filhos, um diploma da iniciativa da Assembleia da República que foi publicado no início de Maio, também será retirada.
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Estas opções foram largamente criticadas pelos sindicatos, nomeadamente pela CGTP, que acusou o Governo de "espoliar" os desempregados e de cortar nos apoios numa altura em que o desemprego continua a subir (ver caixa em baixo).
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Contudo, a ministra do Trabalho acredita que o mercado de trabalho está a dar sinais de recuperação e garantiu que o fim dos apoios extraordinários aos desempregados não implicará uma redução da protecção social. "Não vai haver nenhuma redução da protecção social. Continuaremos a ter em curso as medidas normais de protecção no desemprego. As pessoas que acabam o subsídio de desemprego terão direito ao subsídio social. O que vai acabar são os prolongamentos de prazos", resumiu.
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Notas do Papa Açordas: É o desnorte completo. Nem sequer deixam as medidas sociais, tomadas há pouco tempo, aquecerem... Não deixa de ter uma certa piada: as medidas foram criadas para combater a crise, mas é precisamente a crise que acaba com elas... Por muito menos, Sampaio, mandou o Santana Lopes dar uma curva...
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1 comentário:

Marreta disse...

O problema é que à "elite" política dominante não interessa eleições agora. A uns não lhes interessa por agora largar o tacho e a outros esta não é a altura certa para pegar nele. Enquanto isso, vamos agudizando com este, e de certeza também com o próximo (des)governo.

Saudações do Marreta.