quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Horários de trabalho superiores a 41 horas semanais estão a crescer

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Apesar de a quebra de emprego assumir valores históricos, um quarto dos trabalhadores declara ter semanas de trabalho mais longas e o número está a crescer. Tal como o dos que fazem até 10 horas.


A subida do desemprego influencia a vida dos que ficam a trabalhar. Apesar da maior quebra de sempre do emprego, desde o último trimestre de 2011 que está a crescer o número dos que trabalham mais de 41 horas semanais. Desde o início de 2011 até ao segundo trimestre de 2012, a subida foi de 5,9% e já atingia quase 1,1 milhões de pessoas, um quarto do total das pessoas empregadas. 

Os dados são compilados pelo INE no inquérito ao emprego. Os dados mais recentes do segundo trimestre de 2012 foram divulgados na última terça-feira e revelam um prolongamento da tendência sentida desde 2011 (início de uma nova série estatística). 

Várias conclusões se retiram dos números. A primeira é a de que está a reduzir fortemente o número dos que declaram ter uma semana de trabalho entre 36 e 40 horas (menos 8,1% face ao início de 2011), dentro do limite legal das 40 horas. 

Esta trajectória segue de perto a forte quebra de assalariados. Segundo o INE, o emprego assalariado caiu desde meados de 2008 e atingiu a sua maior quebra de sempre precisamente no segundo trimestre de 2012. Menos 5% desde que se assinou o memorando de entendimento com a troika

Esta quebra foi antecipada até entre os trabalhadores por conta própria e, proporcionalmente, até com uma maior agressividade. Dos 500 mil postos de trabalho perdidos desde meados de 2008, cerca de 43% afectaram os trabalhadores por conta própria, quando representavam 23% do total do emprego. 

A forte redução do emprego parece ter repercussões na duração do trabalho semanal. Quando o mercado se fragiliza, os limites de horário deixam de ser a prioridade.

Notas do Papa Açordas: A época da escravatura humana moderna começou. As empresas mandam alguns empregados embora e forçam os outros a fazer mais horas, com o "cutelo do desemprego" em cima da cabeça: "se refilares, despeço-te!" E como despedir é fácil...

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