Não foi possível provar que as duras críticas do jornalista Pedro Rosa Mendes ao governo de Angola tenham sido a causa para o fim das crónicas do programa Este Tempo, da Antena 1 da RDP, concluiu a Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
A decisão do Conselho Regulador da ERC acerca do caso Antena 1, que levantou acesa polémica no final de Janeiro devido ao fim abrupto do programa de rádio, foi tomada ontem, segundo apurou o PÚBLICO.
Durante a discussão da deliberação, com quase quatro dezenas de páginas, houve alguma divisão entre os membros do Conselho, porém, todos acabaram por votar favoravelmente. É possível, no entanto, que ainda venha a surgir alguma declaração de voto.
A ERC considera que depois de todo o rol de audições não se deu como provado que tenha sido a questão das críticas a Angola a causa para o fim do programa, como defendiam Pedro Rosa Mendes e testemunhava o autor da rubrica e então sub-director de Informação da RDP, Ricardo Alexandre. O teor da crónica de Pedro Rosa Mendes inscreve-se, diz o regulador, nos limites da liberdade de expressão e de imprensa.
Mas aquela entidade também considera que não foi possível provar a tese defendida pelo director-geral, Luis Marinho, e directores de Programas e de Informação, Rui Pêgo e João Barreiros, de que o fim do programa Este Tempo já estava decidido há várias semanas. A ERC admite no entanto que haveria o conhecimento geral de que o teor e o enquadramento de algumas crónicas há muito não agradariam aos directores. Se a crónica não foi “o” elemento fundamental para o fim das crónicas, poderá, no entanto, ter sido um dos elementos.
Notas do Papa Açordas: Nem outra coisa era de esperar. Miguel Relvas, ministro da propaganda deste (des)governo, soube tratar do caso e submeter os elementos da ERC à disciplina de voto... É preciso respeitinho para com José Eduardo dos Santos e sua filha Isabel, os novos donos da economia portuguesa!...
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