Para cada 45 trabalhadores há um dirigente nos organismos do Estado. Se Passos cumprir o prometido, 1725 que podem ser dispensados.
O novo governo tem muito por onde cortar se estiver realmente empenhado, como tem prometido, em reduzir os cargos dirigentes dos serviços centrais e regionais. O Estado emprega meio milhão de pessoas (521 524) e quase 11 600 são dirigentes. Se Passos Coelho for ao limite do que promete no programa do governo - cortar até 15% entre "cargos dirigentes e de serviços" - a redução de chefias pode ultrapassar os 1700 funcionários. Por agora a realidade é uma: por cada 45 trabalhadores há um chefe, segundo os dados que o i conseguiu cruzar entre balanços sociais, planos de actividades, relatórios e contas disponíveis nos sites de cada organismo.
Dezasseis ministérios (ver caixa) têm sob a sua alçada quase 300 serviços, mas é o Ambiente a liderar as pastas com maior número de dirigentes por funcionários - para cada 10,4 trabalhadores, há em média um chefe (cargos superiores e intermédios). A Economia está logo abaixo (11,07), seguindo-se a área do Trabalho e Segurança Social (11,3) e a Cultura com um rácio de 13,7.
No outro extremo está o Ministério da Administração Interna (MAI), que tutela a PSP, e atinge o rácio de um chefe para cada 212 trabalhadores. Números que são explicados pelo facto de nos dados consultados pelo i apenas se contabilizarem os dirigentes superiores e intermédios e, no caso das polícias e também na GNR, os cargos directivos assumirem outra denominação. A Saúde surge logo a seguir com uma média de um director para cada 123 funcionários.
Notas do Papa Açordas: No Ministério da Agricultura havia um chefe de Divisão que o único funcionário era ele próprio... mas, como era alvo de chacota, o dirigente máximo colocou na divisão um funcionário emprestado, isto é, apenas dava o nome... Onde era isto? Na Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve...
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