segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Coligação azeda. CDS não soube da escolha de Santana. PSD esvazia MNE

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A tensão já é óbvia na jovem coligação. Braga de Macedo na AICEP e Santana Lopes na Santa Casa "cercam" o CDS

Passos Coelho convidou Santana Lopes para presidir à Santa Casa da Misericórdia sem ter previamente consultado o seu parceiro de coligação. Tanto Paulo Portas como o ministro da Segurança Social, Pedro Mota Soares, foram apanhados de surpresa com a escolha do ex--primeiro-ministro para provedor da Santa Casa, soube o i junto de fontes do partido. E, na quinta-feira passada, quando a informação já circulava a uma velocidade estonteante, os gabinetes do CDS negavam que qualquer convite do género estivesse iminente.

Como se pode ler nos estatutos da própria Santa Casa, a tutela da instituição "é exercida pelo membro do Governo que superintende a área da segurança social e abrange, além dos poderes especialmente previstos nos Estatutos, a definição das orientações gerais de gestão, a fiscalização da actividade da Misericórdia de Lisboa e a sua coordenação com os organismos do Estado ou dele dependentes". O facto de o ministro Pedro Mota Soares não ter sido "tido nem achado" no convite feito a Pedro Santana Lopes evidencia como o PSD está aplicado em pôr o parceiro menor de governo no bolso. Afinal, Paulo Portas está amarrado à necessidade de cumprir o programa da troika e, neste momento, não tem grande margem política para reagir às desautorizações feitas ao seu partido. O facto de ter ficado eleitoralmente abaixo das expectativas (os famosos 14%) enfraqueceu-o nas negociações e, como se está a ver, no governo.

Mas além da escolha de Santana Lopes ter sido feita à margem do ministro da tutela, Pedro Passos Coelho decidiu dar um poder imenso ao ex-ministro das Finanças Braga de Macedo, que vai presidir ao novo instituto que resultará da fusão entre a Agência Portuguesa de Investimento (AICEP) e o IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e Inovação), como foi noticiado na última edição do semanário Sol.

Notas do Papa Açordas: Este "casamento" tem tudo para dar em divórcio. Não é justo que o ministro da tutela da Santa Casa, Pedro Mota Soares, esteja a leste da nomeação de Santana Lopes... No mínimo, devia de apresentar a demissão...

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1 comentário:

A. João Soares disse...

Caro Amigo,

Não podemos esperar outra coisa. Alguém disse um dia que o Poder só tem significado quando é exercido. Por outro lado, a nossa política funciona assente numa larga base de compadrio, de troca de favores, estando na sombra a puxar os cordelinhos do poder a grande finança, como se vê no imposto extraordinário e IVA, sem escalões que oprime quase apenas os cidadãos mais carentes.

Mas aqui com esta escolha de um indivíduo que em tempos se auto-intitulou ser um prematuro maltratado pela família que lhe pontapeava a estufa e a quem o País, quer no sector público quer no privado, nada deve, aqui há um prenúncio de divórcio na coligação, por falta de sentido de responsabilidade, de respeito pelo parceiro, que se traduz em deslealdade ao País.
Se assim continua, não completará o mandato.

Assim, de nada beneficiaremos com o substancial corte nas despesas conseguido pela Assunção Cristas ao permitir que nos seus gabinetes se trabalhe sem gravata !!!

Cada um brinca à sua maneira e não parecem dispostos em passar à fase de adultos...

Abraço
João