quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Profissão: "boy"

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Manuel António Pina
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É uma história de proveito e exemplo e todos os pais a deveriam
ler à noite aos filhos para que eles possam aprender que, ao contrário
do que professores antiquados ainda ensinam na escola, não é com
estudo e trabalho, ou com mérito, que se vai longe na vida.
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Pedro era um petiz de palmo e meio e frequentava o ensino
secundário. Vivia com o pai, funcionário do PS, numa casa da
Câmara de Lisboa pagando 48 euros de renda. Cedo percebeu que,
se tirasse um curso superior, decerto acabaria como caixa de
supermercado e, miúdo esperto, rapidamente deixou as aulas
e se tornou, como o pai, funcionário partidário. Estava lançado
na vida. Algum tempo depois rescindiu o contrato e, assim
desempregado "por motivo de reestruturação, viabilização ou
recuperação da empresa [o PS], quer por a empresa se encontrar
em situação económica difícil", obteve do IEFP 40 mil euros de
subsídios para a criação da sua própria empresa - que nem precisou
de ter actividade - e do seu próprio posto de trabalho. Meteu os subsídios
ao bolso e arranjou "o seu próprio posto de trabalho" na Câmara de
Lisboa a ganhar 3950 euros por mês como assessor político (o que
quer que isso seja) de uma vereadora do PS.
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O "Público", que traz a história do jovem Pedro, hoje com 26 anos
e um grande futuro político pela frente, sugere que ela é ilegal e
imoral. Deixará de ser quando quem faz as leis fizer também a
moral. Não tardará muito.(20minutos.es)
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