quarta-feira, 30 de junho de 2010

Banca - agora é pagar e não bufar

-
Banca
Bancos nacionais têm de pagar 8,6 mil milhões de euros ao BCE amanhã
-
56% dos créditos a um ano pedidos a Frankfurt vencem amanhã. Faltam mais 6,5 mil milhões
-
É, na opinião de vários especialistas, a abertura das hostilidades para os bancos da zona euro. Um primeiro teste de fogo para todos, portugueses incluídos. Segundo o Banco de Portugal (BdP), os bancos instalados no país têm até amanhã, quinta-feira, para devolver os 8,6 mil milhões de euros que o Banco Central Europeu (BCE) lhes emprestou há um ano no âmbito da maior tranche de crédito alguma vez disponibilizada por Frankfurt. Em princípio, não haverá problema. O pior virá depois, com a sucessão dos outros créditos que irão vencer até Dezembro, alguns em simultâneo, avisam observadores do sector.
-
A tese é que os bancos podem não aguentar o efeito combinado desta regularização torrencial de dívidas com a maior exigência das regras de regulação. Governo e banqueiros já manifestaram publicamente este desconforto crescente. Os líderes das instituições de crédito nacionais tiveram encontros com a Comissão Europeia e com o governo português para alertar para o maior perigo latente. Qual? É que quanto maior for o aperto regulador e menor for a vontade do BCE de ser a rede de segurança e fonte de liquidez (tem sido desde o início da crise, em Agosto de 2007), maior a probabilidade dos bancos fecharem a torneira do crédito à economia portuguesa, como o i titulou segunda-feira. Se o crédito não fluir (o novo crédito já está a cair), não haverá consumo ou investimento. Logo, menor será a facturação e a criação de emprego, o que agravará ainda mais a crise.
-
O dito empréstimo-jumbo de 442 mil milhões anunciado pelo BCE em Junho de 2009 foi uma medida draconiana de ajuda aos bancos que na altura, como hoje, não conseguiam encontrar dinheiro no mercado interbancário, situação essa agravada com o fim do Lehman Brothers (Setembro de 2008). Deste "montante extraordinariamente elevado", como diz o BdP, os bancos nacionais levaram cerca de 2% (8,6 mil milhões de euros). Acorreram a esta ajuda 13 instituições residentes, explica o BdP. Este ano as instituições terão de devolver ainda, no âmbito destas linhas de crédito, mais 2,2 mil milhões em Setembro e 4,3 mil milhões em Dezembro. Além destas, os bancos nacionais recorreram a outras operações, de três e seis meses.
-
Notas do Papa Açordas: É muita massa! Mas creio que os bancos portugueses irão cumprir, pelo menos, essa tranche... Quanto ao resto, Sócrates (o fiel amigo dos banqueiros) certamente que dará uma ajudinha...
-

Sem comentários: