sexta-feira, 21 de maio de 2010

"Tango" desacertado...

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Governo
"Falta de credibilidade de Sócrates põe em causa bloco central"
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Alguém falou de bloco central? As comparações entre a recessão de 1983 - que deu origem ao bloco central do PS de Mário Soares com o PSD de Mota Pinto - e a actual crise tornaram-se inevitáveis. O acordo de austeridade assinado entre José Sócrates e Pedro Passos Coelho reforçou a suspeita de que o bloco central poderia estar de volta. Depois das entrevistas do primeiro-ministro à RTP na terça-feira e do líder da oposição na TVI, um dia depois, em que é que ficamos? As opiniões dos analistas e comentadores consultados pelo i convergem num ponto: Passos Coelho sai beneficiado deste acordo.
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"A razão pela qual não é possível, ou é muito difícil, existir um bloco central entre o PS e o PSD é José Sócrates - ele próprio." Quem o diz é o historiador e analista político Rui Ramos, acrescentando que "não foi por acaso que, na entrevista a Constança Cunha e Sá, Passos Coelho terminou a falar do caso TVI e a dizer que o primeiro-ministro se deveria demitir se for provado que mentiu". Segundo Ramos, é a credibilidade de Sócrates que põe em causa a existência de um bloco central e mesmo a própria existência de um "bloco de regime, que é o que neste momento temos".
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O também historiador António Costa Pinto avança dois requisitos indispensáveis para a existência de um acordo. O primeiro "é que ambos os dirigentes tenham os dois partidos no fundamental pacificados e que o PSD não é um problema para Passos Coelho, pelo menos, a curto prazo". Em segundo lugar, é preciso "que os dois tenham expectativas racionais sobre a natureza do pacto". Costa Pinto diz que "não lhe chamaria pacto de regime", porque se trata de "um acordo tendo em vista apenas a conjuntura de crise". Na sua opinião, Passos é o grande beneficiado: "Com ele, ironicamente, o PSD demonstra ser um partido alternativo ao PS a curto prazo".
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Notas do Papa Açordas: "Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita..." Diz o povo, e com razão. Como é possível que um dos "dançarinos do tango", mentiroso impulsivo, cumpra o acordo celebrado com a outra parte? Não pode ser!... Vai dar para o torto...
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