sexta-feira, 11 de abril de 2008

Bruxelas preocupada com elevadas taxas de juro ao consumo praticadas em Portugal

Taxa acima de 12 por cento, é o dobro da mais baixa da UE

Bruxelas preocupada com elevadas taxas de juro ao consumo praticadas em Portugal

O crédito ao consumo em Portugal é muito mais caro do que no resto da UE
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A comissária europeia para os Direitos dos Consumidores manifestou-se hoje preocupada com a divergência das taxas de juro do crédito ao consumo, referindo que em 2007 a taxa aplicada em Portugal foi o dobro da mais baixa da União Europeia (UE).
"Estamos preocupados com a divergência das taxas de juro no âmbito do crédito ao consumo", afirmou Meglena Kuneva, dando como exemplo a taxa aplicada em Portugal, que em 2007 superou os 12 por cento, "o dobro da taxa mais baixa da União Europeia (UE)".
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"Esta divergência das taxas de juro evidencia o enorme potencial de um mercado interno da UE funcionar correctamente", afirmou a comissária durante o seminário "Os Produtos Financeiros e a Defesa do Consumidor", que decorre hoje em Lisboa organizado pela associação de defesa do consumidor Deco.
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Contudo, apesar de o mercado interno da UE ser o "maior mercado retalhista do mundo", com 500 milhões de consumidores, "não está a funcionar correctamente", uma vez que a maioria das transacções continua a ter ligação aos mercados nacionais, disse a comissária europeia.
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Meglena Kuneva acrescentou ainda que "subsistem também divergências de preços no mercado que se afiguram, por vezes, excessivas e que parecem igualmente ser dissonantes relativamente a um mercado aberto e competitivo a nível da UE".
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Na ocasião, o vice-presidente da Deco, Alberto Regueira, referiu que a protecção dos consumidores é um processo que "nunca se pode considerar perfeito" e sublinhou a importância de, face à "manifestação crescente de problemas nas instituições bancárias", existir um "controlo muito eficaz por parte das autoridades reguladoras do mercado".
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Também presente no seminário, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, João Salgueiro, disse que os efeitos da crise económica internacional não vão "contagiar" a economia portuguesa pela área financeira, mas sim "pela economia real", quando alguns sectores produtivos começarem a sentir mais dificuldades em exportar ou ter clientes.
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Segundo João Salgueiro, a crise internacional também poderá ser sentida em Portugal "com o arrefecimento da economia espanhola e com a situação dos portugueses que trabalham em Espanha". (Público)
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Nota do Papa Açordas: Se fosse alguma medida para penalizar o consumidor, certamente que a ASAE já ia amanhã para o terreno, para a aplicar. Como o abaixamento de juros é uma medida para bem do consumidor, jamais irá ser aplicada, para bem dos bancos, claro!

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