terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

PGR abre inquérito disciplinar a Cândida Almeida e informa-a que vai deixar liderança do DCIAP

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Em causa está uma fuga de informação relativamente a reuniões entre Joana Marques Vidal e alguns magistrados

Na passada sexta-feira, a procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, chamou ao Palácio Palmela, em Lisboa, três procuradores do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), incluindo a directora Cândida Almeida, para os informar que iria abrir um inquérito disciplinar aos três magistrados por causa de uma fuga de informação. À margem do encontro informou Cândida Almeida que não a iria reconduzir na comissão de serviço como directora do DCIAP, o departamento do Ministério Público especializado na investigação da criminalidade violenta, altamente organizada ou de especial complexidade.

Por sua vez, Cândida Almeida informou nesta segunda-feira os seus colaboradores que vai abandonar a liderança do DCIAP — um cargo que ocupa há quase 12 anos — já no início de Março, altura em que seria necessário renovar a sua comissão de serviço.

Esta mudança era esperada desde que Joana Marques Vidal tomou as rédeas da Procuradoria-Geral da República, mas mesmo dentro dos colaboradores mais directos de Cândida Almeida havia quem ainda tivesse esperança que a magistrada conseguisse ser reconduzida.

A última renovação de serviço da directora do DCIAP, em Janeiro de 2010, aconteceu já num clima polémico por causa das críticas do anterior presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, João Palma, ao trabalho do departamento mais importante do Ministério Público.

O DCIAP investiga actualmente muitos casos sensíveis, como vários inquéritos por suspeitas de branqueamento de capitais que envolvem altas figuras do Estado angolano, duas megafraudes fiscais (o caso Monte Branco e a operação Furacão), vários processos sobre a bancarrota do Banco Português de Negócios e uma investigação às privatizações da EDP e da REN.

Notas do Papa Açordas: A amiga de Sócrates está em queda. Este processo disciplinar estava em falta desde o caso Freeport e desde que, contrariando todas as evidências, declarou que, em Portugal, os políticos não eram dorruptos!...

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