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Do que se tem dito de Passos Coelho, nada me incomodaria por aí além. Falhou no pagamento da Segurança Social, e durante cinco anos? Deveria ter pago no tempo devido, mas não seria isso que me faria despedi-lo como político. O mesmo com os atrasos de pagamentos e processos do fisco, como ontem se soube. É verdade que me alertou: como é que ele, que fora dirigente partidário e em breve seria líder (refiro-me ao período em que cometeu aqueles pecadilhos), se permitiu prejudicar a carreira política por causa, no caso da SS, de 80 euros por mês? Tomei nota desses seus casos mas não me convenciam. Mal comparando, em princípio não gosto de bêbados mas quem me dera um líder como o bêbado Churchill. Não sou dos que aplaudem a demissão de uma ministra por não ter pago a taxa da tevê, não sou sueco, nem quero. Insisto, o que se tem dito de Passos Coelho não me incomodaria por aí além. Já o que tem dito Passos Coelho de si próprio faz-me decidir. A estupidez de um político se escudar no "não sabia" para uma obrigação legal. O sem sentido de dizer que não pagou a dívida à SS, logo em 2012, quando foi prevenido, para não parecer eleitoralista. O eleitoralismo rasca de trazer a sua família à baila ("a minha família está pessoalmente preparada...") quando os erros são seus. O ridículo de se adiantar ao que vai aparecer sobre os seus atrasos fiscais, como se isso exorcizasse as revelações... Passos Coelho é pouco. E sabemo-lo porque ele o diz.
(Ferreira Fernandes - Diário da Manhã)
quinta-feira, 5 de março de 2015
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