segunda-feira, 30 de setembro de 2013

PS com quase metade das maiores câmaras

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PSD sofre forte erosão no eleitorado urbano, mas o espaço aberto pelo seu recuo não é totalmente aproveitado pelo PS. Quem mais capitaliza são os independentes e a CDU.

O PSD aprofundou a sua faceta rural ao sofrer severas perdas nos grandes municípios do litoral. Se há quatro anos os sociais-democratas dominavam dez dos 24 grandes municípios portugueses (os que contam com uma população superior a cem mil habitantes), após as eleições de ontem viram a sua expressão reduzir-se para apenas cinco. O PS aparece agora como o partido com maior implantação nas grandes cidades (fica com 11 câmaras), mas o seu desempenho acabou por ser comprometido pelo avanço dos independentes, que ficam com Matosinhos, Oeiras e Porto e também pela conquista de Loures pela CDU, coligação que passa a controlar quatro dos maiores municípios nacionais.

Vistos à lupa, os resultados da noite de ontem comprovam a difícil a situação do PSD junto do eleitorado urbano, por natureza o que é mais distante dos candidatos e mais disponível a avaliar o Governo nas autárquicas. Dos cinco maiores municípios nacionais (Lisboa, Sintra, Vila Nova de Gaia, Porto e Cascais), o partido de Passos Coelho controlava quatro câmaras. Depois dos resultados de ontem ficou apenas com Cascais. Gaia, o terceiro concelho mais populoso do país no qual Menezes governou quatro mandatos, passou directamente para o PS. E do ponto de vista político, o PSD sofreu ainda uma derrota maior: foi incapaz de segurar a segunda cidade do país.

Mas se no confronto directo entre socialistas e sociais-democratas foi ganho pelos primeiros nos municípios mais populosos, o desfecho nas capitais de distrito foi mais renhido. Porque aqui na competição entre os dois principais partidos intrometeram-se os independentes e a CDU. Em termos gerais, o PSD perdeu cinco das dez capitais de distrito que controlava (Vila Real, Coimbra, Porto, Portalegre e Faro), mas equilibrou o resultado ao conquistar os bastiões socialistas da Guarda e de Braga, um reduto controlado desde o 25 de Abril por Mesquita Machado. Saindo do território do continente e viajando até à Madeira detecta-se aí o maior terramoto partidário destas eleições: o PSD perdeu sete das onze câmaras que controlava.

Notas do Papa Açordas: Se Passos Coelho tivesse a coragem e a lucidez que Guterres teve em 2001. demitia-se... O Povo agradecia!...

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