segunda-feira, 4 de março de 2013

Politólogos pensam que eleitorado pode penalizar autarcas dinossauros, principalmente os mais mediáticos e nas grandes cidades

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A imagem da Assembleia da República saiu belisacada da polémica à volta da limitação de mandatos. É esta a convicção dos especialistas em Ciência Política que se dividem sobre se os autarcas que já cumpriram três mandatos ou mais e vão recandidatar-se nas eleições deste ano serão penalizados pelos eleitores.
“Os candidatos mais ligados aos aparelhos nacionais dos partidos e mais mediáticos podem vir a ser penalizados pelo eleitorado ao concorrerem a outra câmara, uma penalização que será tanto maior quanto maior for o envolvimento nas respectivas campanhas eleitorais das cúpulas partidárias”, diz ao i a politóloga Conceição Pequito.
Já o investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa António Costa Pinto distingue as grandes cidades de outros municípios em que a proximidade aos autarcas é maior e acredita que “em Lisboa e no Porto poderão ser mais penalizados”. “Sofrem o desgaste da governação e o ónus da repetição”, afirma Costa Pinto, referindo-se concretamente aos casos de Menezes e de Fernando Seara, com a convicção de que “não há dúvida” de que o objectivo da lei era impedir as candidaturas de todos os autarcas.
Costa Pinto pensa que se a polémica entrar na campanha será “desfavorável” para os autarcas que estão nesta situação, mas admite que há outros factores mais determinantes” para o eleitorado, como “o capital de prestígio, o trabalho feito nas autarquias onde estiveram e as questões ideológicas”.
Nesse sentido, o professor de Ciência Política da Universidade de Aveiro, Carlos Jalali, defende que “em termos globais” não prevê que os autarcas dinossauros sejam penalizados. E, nos casos das candidaturas de Fernando Seara, em Lisboa, e de Luís Filipe Menezes, no Porto, Jalali acredita que “a visibilidade que estes candidatos têm vai sobrepor-se” ao facto de já terem ultrapassado o número de mandatos previstos na legislação, aprovada pela Assembleia da República em 2005 e que será aplicada nas autárquicas deste ano pela primeira vez.
Notas do Papa Açordas:  Os deputados do PSD e do PCP nunca estiveram tão de acordo! Para eles é o "da" que conta e não o "de" como consta no decreto-lei... Conveniências...