Mesmo estabelecendo prioridades, 41,8% dos portugueses admitem que o orçamento familiar já não é suficiente para pagar todas as despesas de saúde que seriam necessárias. Ainda assim, acima da preocupação com o preço das taxas moderadoras ou dos medicamentos está a qualidade dos cuidados prestados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), segundo um estudo de opinião sobre a saúde em Portugal.
O estudo – feito pela Cegedim em parceria com a Netsonda – decorreu entre 2 e 10 de Maio de 2012 e recorreu ao painel online da Netsonda, constituído por mais de 100 mil participantes, registados voluntariamente desde o ano 2000. A convocatória foi aleatória dentro do painel e a amostra para o estudo foi definida como indivíduos de ambos os sexos com 18 ou mais anos de idade, de todo o território nacional tendo sido realizadas 1051 entrevistas validadas, o que corresponde a uma margem de erro de 3% para um intervalo de confiança de 95%.
As conclusões do relatório mostram que a maioria dos inquiridos (65,5%) ainda recorre ao SNS, seguindo-se os seguros privados (22,5%) e a ADSE (22,1%). Mas o grande peso da utilização dos serviços públicos não parece estar a ser suficiente para cobrir as despesas de saúde, com 35,8% dos inquiridos a admitir que, nos últimos seis meses, deixaram de comprar medicamentos prescritos pelo médico por motivos financeiros. Aliás, dentro da OCDE, Portugal já está entre os países onde a despesa privada mais pesa na saúde e onde a despesa com medicamentos tem maior proporção.
À questão relativa às maiores preocupações em relação à saúde, numa escala de zero a dez, os inquiridos deram 8,72 pontos ao "receio de perde de qualidade no SNS"; 8,2 pontos ao preço dos medicamentos; 7,9 ao preço das taxas moderadoras e das consultas no sector privado e 4,83 ao faltar ao trabalho para ir a consultas. Por isso, quando confrontados com as áreas onde cortariam para poder manter o investimento na saúde, as obras públicas e a defesa foram os sectores escolhidos, por oposição à educação e à segurança social.
Notas do Papa Açordas: Com tanta austeridade e desemprego não é de admirar estes dados. Efectivamente, as políticas deste desgoverno são para proporcionar uma vida cada vez pior aos portugueses...
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