terça-feira, 21 de maio de 2013

Conselheiros de Estado discutiram eleições antecipadas

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Vários membros do Conselho de Estado defenderam ontem na reunião de sete horas deste órgão que Portugal vive uma situação de crise política que só pode ser resolvida com eleições antecipadas, não podendo o pós troika deixar de ser discutido em conexão com a situação atual.
Cavaco Silva, porém, bloqueou no comunicado final qualquer referência, mesmo de teor genérico, sobre o facto de a atualidade política ter marcado parte importante da discussão.
O Presidente da República - soube o DN - defendeu que o comunicado não podia sair do tema da ordem de trabalhos ("Perspetivas da Economia Portuguesa no Pós-Troika, no Quadro de uma União Económica e Monetária Efetiva e Aprofundada").
Viu-se mesmo obrigado a invocar uma norma do regimento do Conselho de Estado que o autoriza a fazer uma "nota informativa" focando apenas "parte do objeto da reunião e dos seus resultados".
Cavaco Silva queria discutir o pós-troika mas a discussão foi muito além disso. Vários conselheiros de Estado - de forma de resto transversal, para lá das divisões esquerda/direita - levaram a atualidade política à reunião, com sublinhados na necessidade de não a ignorar numa discussão sobre o pós-troika. Em diversos momentos a governação de Passos Coelho foi duramente criticada.
No final, o Presidente discutiu o teor do comunicado com os conselheiros mantendo-se intransigente na decisão de o manter apenas relacionado com o tema oficial da reunião. "Consenso" e "compromissos" são palavras absolutamente ausentes da nota informativa divulgada - ao contrário do que Cavaco Silva pretendia.



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