quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Mineiros sul-africanos vão ser acusados de homicídio

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O Ministério Público da África do Sul vai acusar os 270 trabalhadores detidos na semana violenta na mina da Lonmin pela morte de 34 dos seus colegas, mortos a tiro pela polícia, segundo a emissora britânica BBC.


Nenhum polícia foi acusado porque uma comissão de inquérito está a estudar as acções dos agentes. Segundo os relatórios das autópsias revelados por um jornal sul-africano, a maioria dos mortos a 16 de Agosto foram atingidos por tiros nas costas, o que contraria a defesa oficial da polícia: de que os agentes dispararam para se defender.

Os detidos vão ser acusados no âmbito de uma provisão legal que estabelece que todos os envolvidos num crime são responsabilizados pelos resultados desse acto criminal. Os detidos confrontaram a polícia, que disparou sobre os manifestantes, e estão assim a ser legalmente responsabilizados.

Antes do que a imprensa local chama "o massacre" de 16 de Agosto, tinham já morrido dez pessoas, incluindo dois polícias e dois seguranças da mina de Marikana, durante protestos. Os mineiros querem um aumento salarial e continuam a levar a cabo uma greve, que começou de modo espontâneo e é ilegal segundo o código de trabalho do país.

A empresa que explora a mina de platina, a Lonmin, tem-se recusado a discutir salários. Neste momento decorrem discussões entre a empresa e os trabalhadores mas ainda só sobre as recentes tensões e não sobre salários. A mina está parada, e com o avançar da greve cada vez menos trabalhadores têm aparecido para trabalhar; a empresa culpa os grevistas por intimidação.

Notas do Papa Açordas: Tenho a sensação de já ter visto este filme. A Polícia atirou a MATAR, os mineiros morreram ou ficaram feridos, muitos deles mortos pelas costas quando já iam a retirar, e o Ministério Público acusa os mineiros? Não foi para ter uma África do Sul assim que Nelson Mandela passou dezenas de anos na prisão...

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