quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Carta aberta sobre o Darfur e o Zimbabwe

Ao evitarem os temas difíceis, os líderes europeus tornam-se irrelevantes

Os chefes de Estado e do governo de África e da Europa encontrar-se-ão dentro de poucos dias em Portugal para discutir temos comuns aos dois continentes, cuja história, para bem e para o mal, se tem entrelaçado há séculos. Esta era uma oportunidade única para inaugurar uma nova era baseada em valores comuns e numa genuína amizade, onde possamos apoiar-nos e aprender uns com os outros.
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Mas isto não será possível enquanto as reuniões da cimeira não debaterem duas das piores tragédias humanitárias do mundo: a do Zimbabwe e a do Darfur. Apesar da responsabilidade mútua da Europa e da África em fazer face a estas crises, nenhuma delas se encontra na agenda. Nenhum tempo foi consagrado a uma discussão formal ou informal.
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Que podemos dizer desta cobardia política? Dos nossos líderes esperamos liderança, uma liderança com coragem moral. Quando não o fazem, deixam-nos moralmente enfraquecidos. Ao evitarem os temas difíceis, tornam-se irrelevantes. Porque devemos ouvir os poderosos, quando estes não ouvem os gritos dos que sofrem? Milhões de africanos e europeus esperariam que o Zimbabwe e o Darfur estivessem no topo da agenda. Ainda não é demasiado tarde.
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John M. Coetzee
Vaclav Havel
prof. Wole Soyinka
Gunter Grass
Mia Couto
Roddy Doyle
Chimamanda Ngozi Adichie
Tom Stoppard
Gilliam Slovo
José Gil
Ben Okri
Colm Toibin
Nadine Gordimer
Dario Fo
Franca Rame
Goretti Kyomuhendo
Jurgen Habermas

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