sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

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 Jumento do dia
    
Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD

Compreende-se que o PSD não tenha ficado agradado com os protestos dos doentes com hepatite C que tanto incomodaram o delegado da austeridade na Saúde, isto de ser ministro ou de ser deputado é uma chatice pois às vezes tem de se enfrentar os populares, gente a quem cabe eleger os deputados mas depois deve comer e calar de forma respeitosa.

A verdade é que o protesto foi muito pacífico e respeitador quando se sabe que veio de alguém a quem Paulo Macedo e o seu governo mandou para o corredor da morte com um despacho de indeferimento produzido por um qualquer chefe de divisão.

Mas fechar a porta do parlamento ao povo para que os ministros que têm tão graves responsabilidades políticas possam estar tranquilos é demais, até porque numa tentativa de limpar a imagem o ministro apressou-se a reunir com o filho de uma das vítimas da sua política e, tanto quanto se sabe, não levou dois tabefes que, pelo menos de forma simbólica, é bem capaz de merecer.

Então do que tem medo o Montenegro, tem medo do povo, tem medo da opinião pública, tem medo das imagens fortes que a televisão transmitiu, tem medo de dar a cara pelas consequências da política miserável que apoia. Se o Montenegro tem medo então que compre um cão, sugere-se que compre uma raça pequena, talvez um caniche, vá ele acabar por ser comido pelo cão.

«O episódio que ontem marcou a audição do ministro da Saúde no Parlamento, em que um doente com Hepatite C entrou na sala da comissão parlamentar e pediu a Paulo Macedo que não o “deixasse morrer”, foi esta quinta-feira abordado na reunião do grupo parlamentar do PSD, admitiu Luís Montenegro aos jornalistas. O episódio “não dignificou o trabalho parlamentar” e mereceu críticas por parte do líder da bancada social-democrata.

Apesar de sublinhar o “respeito” pelos cidadãos e pelos seus problemas “sérios”, Luís Montenegro defendeu que os “dramas pessoais” não devem ser “instrumentalizados” e levados para o seio do debate político, sob pena de os deputados ficarem condicionados no desempenho do seu trabalho parlamentar. Para o líder parlamentar do PSD, o episódio não deve “repetir-se”, e por isso apelou ao “bom senso” de todos os parlamentares, nomeadamente dos presidentes das comissões parlamentares, para que evitem situações como a de ontem.

A audição do ministro Paulo Macedo, onde teve lugar o episódio, tinha sido pedida a título potestativo pelo PCP, para questionar o ministro a respeito do caos nas urgências hospitalares, mas acabou por ser dominada pelo caso de uma doente de 51 anos que morreu na sexta-feira depois de ter estado quase um ano à espera do polémico fármaco Sofosbuvir, que supostamente cura a hepatite C em mais de 90% dos casos mas que é bastante caro.» [Observador]

In "O Jumento"


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