sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Ministro com versões contraditórias sobre como obteve dados de inquérito a dirigentes angolanos

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Rui Machete disse a rádio angolana que PGR lhe garantiu que investigação não tinha gravidade. Agora garante que não perguntou nada a ninguém.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, enviou nesta sexta-feira uma declaração às redacções a esclarecer o teor de uma entrevista que deu à Rádio Nacional de Angola, a 18 de Setembro, apresentando agora uma versão contrária ao que afirmou no mês passado.

Machete disse à rádio angolana que a procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, lhe assegurou que a investigação não tinha gravidade, mas agora garante que não perguntou nada à procuradoria ou a qualquer outra instância judicial.

Para justificar como obteve as informações que transmitiu na entrevista, Rui Machete diz que recorreu a um comunicado com perto de um ano, de Novembro de 2012. Nessa pequena nota, o Ministério Público apenas confirma a “existência de um processo-crime contra altos dirigentes angolanos” e que o mesmo não tem ainda quaisquer arguidos.

“O processo encontra-se em segredo de justiça, pelo que não é possível, neste momento, prestar quaisquer outros esclarecimentos”, alega-se na mesma nota divulgada há cerca de um ano.

Dados bastante diferentes dos que foram agora referidos pelo ministro na entrevista à rádio angolana. “Tanto quanto sei, não há nada de substancialmente digno de relevo, e que permita entender que alguma coisa estaria mal, para além do preenchimento dos formulários e de coisas burocráticas”, afirmou Machete àquela rádio, acrescentando depois ter informado as “autoridades de Angola pedindo, diplomaticamente, desculpa, por uma coisa que, realmente, não está na [sua] mão evitar”.

Na mesma entrevista, o ministro faz ainda referências concretas a um pedido de informações alegadamente feito a Joana Marques Vidal. “E, simultaneamente, perceber o que aconteceu do lado do nosso Ministério Público. Penso que, nesse aspecto, a senhora procuradora-geral deu informações genéricas, como, aliás, foram pedidas, que nos asseguram que as coisas não tinham nenhum grau de gravidade”, afirmou.

Notas do Papa Açordas: Se este desgoverno tivesse um pingo de vergonha, já há muito que este ministro tinha ido para a rua. Sinceramente, o povo português já não aguenta mais as suas mentiras... RUA!!!


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