sábado, 13 de outubro de 2012

Cavaco avisa Passos: não se pode cumprir o défice a “todo o custo”

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Cavaco Silva já o tinha dito ainda que por outras palavras, mas, em véspera de apresentação do Orçamento do Estado, elas ganham outro peso. Não se pode cumprir o objectivo do défice “a todo o custo”.


“Nas presentes circunstâncias, não é correcto exigir a um país sujeito a um processo de ajustamento orçamental que cumpra a todo o custo um objectivo de défice público fixado em termos nominais”, afirma o Presidente da República numa mensagem colocada na sua página no Facebook na tarde deste sábado.

O chefe de Estado lembra que, durante a última reunião anual do FMI, na passada semana, Christine Lagarde, Directora-Geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), já tinha dado esta orientação.

“Vindo de quem vem, esperemos que chegue aos ouvidos dos políticos europeus dos chamados países credores e de outras organizações internacionais. Trata-se de um ensinamento elementar da política de estabilização”, acrescenta.

Cavaco defende ainda que “devem ser definidas políticas que garantam a sustentabilidade das finanças públicas a médio prazo e deixar funcionar os estabilizadores automáticos”.

“Se o crescimento da economia se revelar menor do que o esperado, o défice nominal será maior do que o objectivo inicialmente fixado, porque a receita dos impostos é inferior ao previsto e as despesas de apoio ao desemprego superiores”, acrescenta, num reparo claro às políticas seguidas por alguns países da União Europeia, nomeadamente por Portugal. 

A finalizar, o Presidente da Républica cita o economista chefe do FMI, Olivier Blanchard, para dizer que não se deve “impor a adopção de medidas orçamentais adicionais, o que tornaria a situação ainda pior”.

Notas do Papa Açordas: Será que o sr. Passos Coelho sabe ler? Ou o sr.Cavaco não lhe merece crédito?  Dá até ideia que este desgoverno quanto mais austeridade impôr ao povo, mais comissão recebe... Será?...

1 comentário:

Kruzes Kanhoto disse...

Reitero o que ando a dizer há larguíssimos meses. Parte muito significativa da culpa neste descalabro é do poder local e regional. Repare-se que esta malta (autarcas) nem quer ouvir falar em sacrifícios...E o pior é que ninguém os controla!