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Passos Coelho é o primeiro-ministro "mais perigoso"
Francisco Louçã afirmou que o Bloco de Esquerda
cometeu o erro de “não ter participado na reunião com a troika”, admitindo que essa decisão “acentuou o medo das pessoas”.
Em entrevista à Visão, Louçã explicou que “o Bloco de Esquerda cresceu com o cansaço do eleitorado de esquerda em relação à maioria absoluta de José Sócrates” e, por isso “”quando recuámos nas eleições de 2011, as circunstâncias políticas eram completamente diferentes”, justificou.
No que refere aos últimos governos, o ex-deputado, de 55 anos, considera que Passos Coelho “é o mais perigoso”, pois “representa a coligação dos interesses mais destruidores da vida social”. Em contrapartida, para o ex-líder “Guterres era seguramente o mais bem preparado para ser primeiro-ministro, o que melhor conhecia o país, a sua economia e dificuldades”.
Sobre Vítor Gaspar, o ex-líder acredita que “ficará na história como o ministro das Finanças que provocou a maior tragédia social em Portugal”. Para Louçã o desequilíbrio imposto é “totalmente inaceitável”, afirmando que o que foi proposto pelo Bloco era a renegociação da dívida.
“ Se tirarmos 35,5 mil milhões de euros de juros da dívida, diminuíamos o défice, se baixarmos os juros para 0,75%, abatemos, anualmente, quase 4750 milhões de euros ao défice […] se acabássemos com as isenções, conseguiríamos mais mil milhões de euros”, sustentou.
O ex-líder explicou ainda que ao fim de 13 anos deixa a Assembleia da República por ser a “forma mais clara, mais fraterna e mais mobilizador e a de contribuir para a renovação em curso, no Bloco de Esquerda”. No entanto, questionado sobre a possível candidatura às presidenciais, Louçã deixa em aberto, considerando que “quem hoje se apresenta como candidato, ou é tonto ou não tem arte…”.
Sobre o futuro do país, o ex-deputado diz que com este orçamento “desastroso e malicioso”, Portugal estará “próximo da bancarrota”.
Notas do Papa Açordas: Um excelente político que larga a Assembleia da República...