quarta-feira, 9 de março de 2011

Secretário de Estado reconhece que juros da dívida são insustentáveis a prazo

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A procura no leilão de Obrigações do Tesouro de hoje chegou maioritariamente de estrangeiros, segundo o Ministério das Finanças, o que não impediu o secretário de Estado do Tesouro de considerar que o leilão de hoje pagou taxas de juro incomportáveis a prazo.
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Numa nota enviada ao PÚBLICO, as Finanças realçam que a dívida hoje leiloada foi contraída a pagar uma taxa de juro perto de 40 pontos-base (0,4 pontos percentuais) abaixo do que é praticado nos mercados secundários, mas mesmo assim o secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina, considerou ser um valor incomportável a prazo.
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“São níveis de taxas de juro que não são sustentáveis a prazo, mas ainda são comportáveis no presente, o que reforça a importância das medidas de União Europeia”, concluiu, para especificar que “este nível de taxa de juro continua elevado e tem vindo a ser agravado, implicando a necessidade de um plano europeu de medidas urgentes ao nível do fundo europeu e estabilização do euro”, disse à agência Reuters.
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O Estado pagou hoje um juro médio a roçar os seis por cento, numa emissão de Obrigações do Tesouro a dois anos e meio, o que representou uma subida da taxa paga de mais de 45 por cento em seis meses.
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Carlos Costa Pina disse no entanto que não vê necessidade de outra ajuda que não seja a da União Europeia. “Acho que não se justifica um bailout [resgate], o que estamos a viver não é um problema ou uma dificuldade específica de Portugal”, que “não precisa de ajuda [externa], precisa é de ajuda de medidas da União Europeia que reponham a confiança dos mercados”, acrescentou.
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Notas do Papa Açordas: Até que enfim, há um (des)governante que acha incomportáveis estas taxas. Embora vá levar nas orelhas, é sempre bom saber que há pessoas que ainda pensam pela sua cabeça...
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