O secretário-geral do PS desvalorizou a ligeira redução da taxa de desemprego em Portugal, considerando a situação "dramática" e que falar-se em boas notícias é "tão mau" como a ideia do primeiro-ministro de "final feliz" pós-resgate financeiro.
António Costa falava aos jornalistas após ter participado na Assembleia da República numa conferência promovida pela Associação Nacional de Freguesias (Anafre), e depois de ser confrontado com os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), segundo os quais a taxa de desemprego em abril recuou 0,2 pontos percentuais face a março, para 13 por cento.
"Falar-se de boas notícias é quase tão mau como a ideia do primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho] que isto é um final feliz. Isto é um final muito triste pela situação dramática em que o país está", declarou o líder socialista.
Perante os dados do INE, o secretário-geral do PS preferiu antes transmitir a sua "grande preocupação e solidariedade em relação às pessoas que estão desempregadas".
"O que conta não são os números mas as pessoas. O que contam são as pessoas que foram forçadas a emigrar por não terem trabalho, as pessoas que já não podem estar inscritas nos centros de emprego e as centenas de milhares de pessoas que continuam à espera de emprego. São essas as pessoas que nos preocupam e não aquilo que diz o PSD", respondeu o líder socialista.
Face à insistência dos jornalistas de que a taxa de desemprego recuou em Portugal, António Costa contrapôs que "é uma má notícia o país ter 700 mil pessoas no desemprego, 300 mil pessoas que já não estão sequer inscritas nos centros de emprego, às quais ainda se juntam 350 mil pessoas que tiveram de partir do país".
"Desde os anos 60 que não havia um saldo migratório desta dimensão", acrescentou.(Notícias ao Minuto)
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