segunda-feira, 10 de setembro de 2007

NA SOCRALÂNDIA...

Os fins-de-semana generosos de Sócrates

Quem esperava que Sócrates desaparecesse com a presidência portuguesa da União Europeia enganou-se, o primeiro-ministro percebeu que a presidência não é assim tão importante em termos eleitorais e optou por gerir a agenda de forma a manter uma presença permanente na comunicação social. Para isso dedicou os fins-de-semana à caridade política, primeiro começou por distribuir portáteis, agora que os computadores estavam a dar nas vistas optou por medidas avulso, começando pela atribuição de benefícios fiscais às empresas do interior.
É evidente que a medida não tem efeitos práticos, ninguém vai mudar uma empresa instalada junto ao porto de Aveiro ou de Setúbal para Braga só para pagar menos 5% ou 10% de IRC. Estes benefícios fiscais não passam de populismo empresarial, os impostos sobre os lucros só se aplicam se houverem lucros e só se investe se houver a perspectiva de haverem lucros. Isto é, ninguém investe em função desses benefícios que acabam por beneficiar apenas as empresas já instaladas.
É possível adoptar medidas sérias para promover o desenvolvimento empresarial no interior mas essas medidas levam tempo a pensar e adoptar, não podem ser decididas na sexta-feira para que o primeiro-ministro possa ser a vedeta na comunicação social no sábado seguinte.

In O JUMENTO, 10-09-07

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