quinta-feira, 22 de setembro de 2016

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Passos Coelho, o novo cata-vento

Quando se convida alguém para apresentar um livro dá-se um exemplar ao convidado muito antes da sua colocação à venda, para que possa saber o que vai apresentar. Quem apresenta um livro não apresenta apenas o autor e por uma questão de amizade ou para pagar favores políticos, apresenta-se o autor e o livro, porque se gosta dos dois.

Passos Coelho foi o primeiro a saber da pornochachada que ia apresentar mas preferiu pagar favores políticos com o argumento do valor da sua palavra, tinha a palavra dada e assunto encerrado. Afinal, a sua palavra vale tanto como o nojo que será o livro e perante o medo do ridículo Passos deu o dito por não dito e já não apresenta o livro do velho amigo.

Começa-se a perceber qual era o desastre que Passos anunciava para Setembro, era o seu próprio desastre, primeiros a queda do PSD nas sondagens e agora este folhetim sujo em que aceitou ser o protagonista principal. Passos que designou Marcelo por cata-vento comporta-se agora como tal, com a agravante de nunca perceber de onde vem o vento.

Vale a pena ler o que Passos disse há poucos dias:

«"O arquiteto José António Saraiva convidou-me para me associar ao livro que ia fazer e respondi que sim, mesmo antes de conhecer a obra e aceitei fazê-lo. Não sou de voltar com a palavra atrás nem de dar o dito por não dito. Estarei a fazer a apresentação dessa obra", afirmou aos jornalistas durante uma visita a Proença-a-Nova, na aldeia de xisto da Figueira.

"Cada um terá a sua opinião sobre o conteúdo, não fui eu que escrevi o livro tão pouco, o autor é ele não sou eu. Não vou defender o livro nem as suas perspetivas, ainda nem tive ocasião de completar a leitura, não é essa a questão", disse, segunda cita o Observador.» [DN]

Isto é, não negou que já tinha lido o livro ainda que diga que ainda não o acabou de ler e na ocasião não importava o que lá está escrito. Enfim, os ventos mudaram e o cata-vento deixou o amigo a falar sozinho

«Quando a polémica rebentou, Pedro Passos Coelho ainda tentou que o assunto não se tornasse “uma questão partidária”, disse que não tinha lido a obra e que, em todo o caso, não tinha sido escrita por si. Mas já era tarde demais. Tudo por causa do polémico livro de António José Saraiva, ex-diretor do semanário Sol e do Expresso, que revela conversas privadas (e de foro íntimo) que o jornalista teve com vários políticos, alguns dos quais já falecidos. António José Saraiva convidou o líder do PSD para apresentar a obra, Passos aceitou e, mesmo depois de ter sido atacado em várias frentes, manteve a palavra. Agora, uma semana depois de o caso estalar, Passos recua e já não vai apresentar o autointitulado “livro proibido”, noticia a Sábado e a edição do jornal i desta quarta-feira.

Segundo a Sábado, Pedro Passos Coelho terá contactado esta terça-feira o autor do livro no sentido de lhe pedir para o “desobrigar” de apresentar publicamente a obra, não querendo voltar com a palavra atrás mas ao mesmo tempo não querendo envolver-se mais na polémica. Antes, contudo, segundo relata a revista no seu site, Passos já tinha falado com José António Saraiva no sentido de lhe dizer que não era por estar a ser criticado que deixaria de o fazer. “Se não fosse atacado por isto seria por outra coisa qualquer”, terá dito o líder do PSD ao autor da obra “Eu e os Políticos”.

O jornal i desta quinta-feira adianta que Passos Coelho mudou de ideias por causa do conteúdo do livro e das questões privadas que nele aparecem retratadas.» [Observador]

In "O Jumento"


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