domingo, 20 de novembro de 2011

«Hoje em dia ninguém está livre de ser sem-abrigo»

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Mais sem-abrigo nas ruas, alguns com cursos superiores, centros de acolhimento esgotados e o aumento de pedidos às equipas que distribuem alimentos e agasalhos são um desafio cada vez maior para as instituições, algumas já sem capacidade de resposta.

«Hoje em dia ninguém está livre de ser sem-abrigo, uma situação que não escolhe idade, nem profissão» e que é ditada pelas «circunstâncias adversas da vida», contou à agência Lusa o presidente da Comunidade Vida e Paz (CVP), Jorge Santos.

Actualmente quem vive na rua já não é apenas o «desgraçado» com um historial de exclusão social: «Nós encontramos sem-abrigo que estiveram muito bem na vida, como empresários e advogados», afirmou.

Esta situação é confirmada por Cláudia Silva, do Centro Acolhimento de Sem-Abrigo do Beato: «Não é uma maioria, mas encontramos pessoas licenciadas, com outro tipo de necessidades. São pessoas que cortaram com uma vida inteira de trabalho e neste momento encontram-se na rua. Isso cada vez mais nos está a bater à porta e as respostas não estão propriamente adequadas».

O perfil do sem-abrigo alterou-se também ao nível da idade, que diminuiu dez anos nos últimos dois anos, situando-se entre os 27 e os 30.

São os homens que procuram maioritariamente ajuda porque a mulher consegue arranjar alternativas para não ir parar à rua, como recorrer à prostituição ou trabalhar nas limpezas, adiantou Cláudia Silva.

O Centro do Beato, em Lisboa, tem capacidade para 271 pessoas, mas «as respostas estão todas esgotadas», disse, salientando também as dificuldades vividas pelo centro, cuja verba que recebe mantém-se há 12 anos.

Notas do Papa Açordas:´Talvez seja isto que o novo Sócrates, de seu nome Passos Coelho, pretenda para os funcionários públicos... Pois, ao roubar-lhes os subsídios de férias e de Natal, está a condená-los à pobreza...

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