sábado, 21 de janeiro de 2017

Este ano é para "recuperar investimento, mesmo que a UE não queira"

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A coordenadora do BE, Catarina Martins, apontou hoje 2017 como o ano em que terá que existir a coragem para recuperar investimento público, mesmo que a União Europeia não queria.

"Se foi possível a coragem de recuperar salários e pensões contra tudo o que a União Europeia defendia, 2017 terá de ser o ano de ter coragem de recuperar investimento público, mesmo que a União Europeia não queira", afirmou Catarina Martins, na sessão de abertura do fórum 'Mais Mobilidade Mais Liberdade', que decorre hoje em Lisboa.

Defendendo que é preciso olhar para o que ensinou o último ano e tirar algumas lições, a coordenadora do BE recusou a ideia de que é impossível existir investimento porque Portugal continua a ter muitas dificuldades, tem uma dívida pública alta e precisa de controlar o défice.

"Diziam-nos há pouco mais de um ano que era impossível o país recuperar salários ou pensões, que seria o desastre, que viria aí seguramente o desastre se o fizermos. Foram recuperados salários e pensões e o défice do ano passado fica no nível mais baixo dos últimos 40 anos e cumpre com isso as regras do Euro", sublinhou Catarina Martins, referindo-se ao anúncio feito esta semana pelo primeiro-ministro que, de acordo com os dados que o Governo dispõe, o défice em 2016 não será superior a 2,3%.

Contudo, insistiu, alcançar esse número de 2,3% de défice, não significa que tudo esteja bem, porque para o país cumprir "regras que são absurdas" não foi possível recuperar os níveis de investimento que são necessários para colocar Portugal a funcionar, nomeadamente nos transportes públicos ou na saúde.

"Se está provado que recuperar salários e pensões não é uma catástrofe económica para o país, pelo contrário foi o que deu algum fôlego à economia, teremos agora de ter a coragem de dar o passo seguinte e esse passo é ter o investimento publico nos serviços que contam para aumentar a produtividade do país, para fazer a nossa qualidade de vida, a qualidade da nossa democracia e seguramente também o crescimento económico e o emprego de que precisamos", frisou, defendendo que, se não houver coragem para fazer esse investimento, não haverá uma transformação na economia.(Notícias ao minuto)

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