quinta-feira, 9 de junho de 2016

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Gratidão

Como as opiniões mudam tão depressa neste país, o país onde o rico sem mão é deficiente enquanto o pobre é maneta, Sócrates era corrupto porque trabalhava para uma farmacêutica colaborando na sua internacionalização com negócios na América Latina. Paulo Portas vai para a Mota-Engil colaborar num suposto projecto de internacionalização e Portugal deve ficar-lhe eternamente grato, vai ajudar uma empresa portuguesa e com isso ajuda ao crescimento da economia. 

Até que enfim, depois de promover a recessão de ter para com os corruptos angolanos a condescendência que nunca teve para governos portugueses que não fossem de direita, chegou a hora de Portas ajudar a economia de forma desinteressada e sem olhar a quem está no governo. 
  
A Maria Luís foi ganhar uns milhares numa financeira inglesa e segundo Passos Coelho deveríamos achar que “ela pode sentir-se orgulhosa do seu valor ser reconhecido por uma empresa importante, que atua em mercados externo, e que, normalmente, só recruta gente com prestígio e valor”. Agora é a Assunção cristas que “É positivo que nós possamos ter no país alguém com a experiência de Paulo Portas a ajudar o nosso tecido empresarial e a ajudar a internacionalização da nossa economia”.

Apetece-me dizer “Porra, e o Carvalhão Dias não estava a ajudar a economia portuguesa exportando papel para a Rússia?” E quem roubar no supermercado não estará a promover o crescimento estimulando o consumo?
  
Para os jovens, para os professores esta gente sugeriu a emigração, que fossem em busca de zonas de conforto, os adversários que internacionalizam negócios são corruptos e marqueses, mas quando se trata do Relvas do Portas ou da Maria Luís não só enchem o bandulho, tirando a barriga de misérias, como ainda lhes devemos manifestar uma grande gratidão pela preciosa ajuda que nos dão.

In "O Jumento"

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