Os presidentes demissionários dos conselhos diretivos de todas as Unidades Autónomas de Gestão do Centro Hospitalar de São João, Porto, manifestaram-se hoje "confrontados com uma completa ausência de meios efetivos de gestão", numa situação que atingiu a "insustentabilidade".
Numa carta enviada ao presidente do Conselho de Administração, António Ferreira, e a que a Lusa teve acesso, os responsáveis pormenorizam as razões da sua decisão referindo, no que se refere à governação clínica, que se verifica "uma progressiva desarticulação inter-hospitalar e com os cuidados de saúde primários, situação que se tenderá a agravar com a aprovação da portaria 82/2014".
"A reforma hospitalar tem-se traduzido mais pela constituição de repetidos grupos de trabalho, cujos relatórios não chegam à implementação, faltando verdadeiras decisões que impeçam a deterioração do funcionamento hospitalar", afirma o grupo demissionário.
Em relação à gestão operacional. O grupo argumenta que "tem sido impossível a substituição de equipamentos médicos vitais, em função do seu normal desgaste" e que "os sistemas de informação, cujos problemas diários afetam de forma profunda a prestação dos profissionais de saúde, não permitem responder às necessidades dos serviços clínicos".
"O financiamento, com a nova redução proposta para o contrato-programa de 2014, não valoriza o esforço efetuado pelo CHSJ, desde 2006", sublinham os presidentes das UAG.
Os responsáveis referem que "a gestão de recursos humanos, dos vários grupos profissionais, em resultado de processos longos, burocráticos, erráticos e centralizados, impede decisões racionais e ajustadas à realidade, o que provoca o aumento da despesa, a desmotivação dos profissionais e a deterioração na prestação de cuidados de saúde" e "na área médica, em função da sua especificidade, estes problemas são ainda mais graves".
O grupo demissionário aponta a "carência de informação da tutela: desconhecimento do modo, tempo e objetivos da política de recursos humanos médicos praticada. Os procedimentos são alterados sucessivamente, os calendários dos concursos não são previamente conhecidos, as modalidades dos concursos têm variado constantemente, os critérios e a valorização das carências apontadas são desconhecidos, o proposto pelo CA à tutela acaba por não ter qualquer relação com as vagas atribuídas, as razões das alterações subsequentes são desconhecidas e não servem as carências reais".(Notícias ao Minuto)
Notas do Papa Açordas: Este é o governo do desmantelamento da educação e da saúde... Só é pena que o "garante de fazer cumprir a Constituição" esteja a dormir...
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