segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Baixa de Lisboa: Sacos de cadáveres evocam vítimas de violência doméstica

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A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima depositou hoje 40 sacos de cadáveres, na rua Augusta, em Lisboa, para evocar as 40 vítimas mortais de violência doméstica em 2012, suscitando reações de choque a quem passava.

Os sacos estavam colocados lado a lado, ao longo de dois quarteirões daquela artéria da baixa lisboeta, como numa morgue ou na zona de impacto de um incidente. No interior, um manequim simulava um corpo.
Cada saco identificava a vítima de violência doméstica pelo género - não pelo nome - e pela relação que mantinha com o agressor, dados a que acrescentava o motivo do crime e o tipo de agressão.
"Isto é horrível, mas infelizmente é o que temos", disse à agência Lusa Manuel Agostinho, um transeunte visivelmente consternado com aquele cenário.
Manuel Agostinho disse não saber "como é se pode dar a volta" a esta situação: "É um crime silencioso, porque normalmente é feito em casa e as pessoas não têm hipótese de se defender e têm medo de denunciar".
"Estava a pensar como acontece uma coisa destas [violência], as pessoas não nasceram para isto. Estou chocado com isto", desabafou.
Gisélia Neves, que também passava pela rua de Lisboa, parou ao ver a ação da sensibilização da APAV, que assinala o Dia Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Violência Contra as Mulheres.
"Choca-me e arrepia-me, não tenho palavras. É uma coisa bárbara ver tanta senhora a morrer por causa de tanta violência", disse à Lusa.
Confessou que o "mais chocante" é o facto se ser um crime que acontece na família, "em pessoas que são unidas".
Como razões para este crime, Gisélia Neves apontou o facto de as pessoas não terem dinheiro, nem "uma vida fácil", mas acrescentou que também "há muita maldade no ser humano, as pessoas são muito más, umas para as outras".
Matilde Ferreira sentiu "um arrepio profundo" quando viu "os cadáveres" espalhados pela rua. "Isto choca profundamente, nos dias de hoje não se admite". "Parece que estamos na idade da pedra", comentou, ao passar pela rua da capital portuguesa. (Notícias ao Minuto)

Notas do Papa Açordas: Efectivamente é muito chocante ver uma exposição destas mas, infelizmente, é a realidade. O Poder Político tem que dar meios à Justiça para esta poder penalizar os prevaricadores com penas mais pesadas...

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