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Esse negócio entre a II Liga de futebol e a Ledman, grande empresa elétrica chinesa, tem sido recebido com algum desdém. Erradamente. Quando dita ("vêm aí charters de chineses") já era uma lâmpada a bruxulear, mas o lado histriónico de Futre deu cabo dela. Agora tem novos proponentes e os indícios prometedores. É bom ser com a liga secundária, o sítio certo para começar uma coisa que deve ir por tentativas. Na primeira divisão, coisa grande de mais, o dinheiro arriscava-se a ser a vedeta da partida. A II Liga passará a chamar-se Ledman Proliga, tal como a Premier League inglesa se chama Barclays. Associa-se a uma indústria moderna e ganhadora, lâmpadas LED, o que é uma vantagem sobre um prestígio tão apagado como o dos bancos. E é um negócio como eles devem ser: conflui o interesse das duas partes. Nós fornecemos o know-how: treinamos jovens e fornecemos a técnica e organização do jogo. O contrato fala de dez jogadores e três treinadores adjuntos - se os 13 vierem conscientes de que vêm para treinar e só serem mais se merecerem, tudo bem... Quanto à Ledman ganha publicidade (pouca) mas uma participação num mundo, o do futebol, que tem tanto futuro como as lâmpadas que ela produz. Nesta história, do que mais gosto é do seu lado cosmopolita, tão do futebol. Os ingleses exportaram-no com os trabalhadores do cabo submarino (foi assim que nos aportou, no Leixões e no Carcavelinhos...) E, agora, lá o ajudamos a viajar para a China. (Ferreira Fernandes - Diário de Notícias)
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
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