Jumento do Dia
António Mexia, o símbolo vivo da democracia económica de Pedro Passos Coelho, pode ter alguma razão nos comentários que faz a propósito de limitações salariais dos mais bem remunerados. Mas enquanto presidente de uma empresa portuguesa que obedece ao partido Comunista da China e um dos gestores mais bem remunerados do país, devia ficar caladinho que nem um rato, até porque os preços da electricidade dispensam as suas aptidões de gestão que, aliás, nunca ficaram muito bem demonstradas.
«O presidente executivo da EDP recusa a ideia de que os políticos avancem com iniciativas para travar os salários pagos aos gestores no setor privado. António Mexia, um dos administradores mais bem pagos em Portugal, considera que o tema da remuneração dos gestores diz respeito exclusivamente aos acionistas. “A EDP é uma empresa privada, não tem que ver com mais nada a não ser com os acionistas”, disse em entrevista à TSF/Dinheiro Vivo.
O gestor foi confrontado com a intenção do Bloco de Esquerda de limitar os salários dos administradores, reduzindo a assimetria face aos vencimentos dos trabalhadores da mesma empresa. Mexia avisa que no momento “em que se quiser controlar aquilo que é a capacidade de iniciativa privada em Portugal, e interferir nisso, só tem um destino: é a pobreza”.
A polémica sobre o salário dos gestores das empresas da bolsa, e, em particular do presidente da EDP, é recorrente e surge de cada vez que as empresas divulgam os relatórios anais com a remuneração dos administradores, que acompanham as contas anuais conhecidas no mês de março. Os presidentes da EDP, da Sonae, da Jerónimo Martins, da Galp e da Navigator (antiga Portucel) costumam estar no topo dos mais bem pagos, um lugar onde já não entram os administradores da banca.» [Observador]
In "O Jumento"
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