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O ministro das Finanças, Mário Centeno, acusou hoje o anterior Governo de ignorar os problemas na banca, destacando que, apenas três semanas depois da saída da troika, caiu o BES e mais tarde o Banif.
"A saída limpa só durou três semanas. Depois da grande festa e do relógio [para o fim do programa de resgate financeiro internacional] que publicitaram, caiu o BES, caiu o Banif, a CGD não tinha capital, o BPI tinha dificuldades e o BCP não conseguia pagar os CoCo [obrigações convertíveis]", afirmou o governante.
Segundo Centeno, que falava na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA) sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD), nessa altura - a 'troika' (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) saiu no verão de 2014 - "não se conseguia atrair capital estrangeiro para Portugal", algo que "mudou" com o atual Governo socialista.
Quanto à recapitalização do banco público, o ministro considerou que "o PSD ainda não percebeu a complexidade deste processo" e que "é muito fácil perceber" porque não entende, uma vez que "não o fez".
E realçou: "A CGD esteve quatro anos sem estratégia e sem plano. O que aconteceu foi só isso. Os senhores não sabiam se queriam uma caixa pública, ou privada, ou assim-assim. Quem não sabe o que quer não pode ter um plano para a CGD. E não havia".
De resto, Centeno assinalou que "o desvio na execução do plano que estava comprometido entre o [anterior] Governo português e Bruxelas era evidente" e que esta "não era uma situação virgem porque no Banif passava-se a mesma coisa".
O governante reforçou que "os planos não estavam a ser cumpridos e era urgente fazer alguma coisa. Essa coisa era a recapitalização".
O titular da pasta das Finanças vincou que "um processo de capitalização não é ir comprar três carcaças", reforçando que "a CGD estava a seguir o caminho do Banif porque não estava a cumprir o plano".
De acordo com Centeno, as grandes prioridades do atual executivo passaram por "garantir que não havia resolução da CGD, e que o processo fosse feito sem ajuda de Estado para garantir que a CGD ficasse pública".
"Nada disto foi conseguido pelo anterior Governo, tudo foi conseguido por este Governo. E por isso a CGD está hoje capitalizada com níveis adequados à sua função de maior banco nacional e capaz de garantir o plano de negócios que adotou", salientou.
E voltou ao ataque ao Governo Passos Coelho: "A vertigem de não fazer nada, quando se vê alguma coisa a ser feita, gera confusão. Foi isso que tentaram este tempo todo, mas falharam, porque o Governo teve sucesso".
(Notícias ao Minuto)