Só mesmo esta luminária conseguiria o milagre garantindo que "com este crescimento eu teria, no mínimo, um défice zero", só não explica como é que com défice zero teria este crescimento.
Este senhor, que ganhou mais notoriedade nacional por ter sido ministro do PS durante um par de dias do que pelos muitos anos de gestor ou de universitário, foi um dos defensores mais firmes da pinochetada económica de Passos Coelho, é o homem a quem os jornais recorrem quando querem falar mal da esquerda e ajudar a direita.
Nesta fase o problema é outro e vão desfilando os apoios a Rio ou a Santana e todos estes apoios fazem a sua declaração de saudosismo em relação a Passos Coelho. Alguns, como este, metem dó, até porque não é Rio que precisa de Bessa, em termos de votos dentro do PSD o "ex-ministro do PS" não vale o caracol, assim, é Bessa que quer sair da penumbra colando-se a Passos. As suas alarvidades económicas é um recado, está dizendo a Rio "ó Rio, se ganhares não te esqueças de mim".
«Na sala de entrada da Porto Business School onde dá aulas, Daniel Bessa sente-se em terra firme. A sua intervenção política é um “diletantismo”, que não o inibe de assumir posições críticas contra a política financeira do Governo, a elogiar Rui Rio ou Emmanuel Macron ou a agradecer a Passos Coelho. Mas é como académico com forte ligação às empresas que mais gosta de se projectar. Nessa condição, congratula-se que a economia cresça não pelo consumo como previa o Governo, mas pelo lado da exportação. E lamenta que não se olhe mais “para amanhã” e se faça um esforço maior para travar “o barril de pólvora” da dívida.» [Público]