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Manuel António Pina
Deixando, como o PCP, de parte "fenómenos e práticas da
realidade política coreana com as quais não se identifica[m]",
também os passarinhos choram a morte do querido líder
norte-coreano Kim Jong-il, cujas pompas fúnebres se
realizam hoje e amanhã.
Informam o "Rodong Shinmun", jornal oficial da monarquia
marxista-leninista Kim e o órgão do Partido do Trabalho da
Coreia que, mal se soube do passamento do amado ditador,
um grou voou três vezes à volta de uma estátua de Kim Jong-il
e duas pombas bicaram a janela da dependência de uma fábrica
de cimento onde os operários faziam compungidamente o luto
pelo extinto, pondo-se depois "nos ramos de um pessegueiro a
chorar durante meia hora". Noticia por sua vez a Rádio
Pyongyang que uma ave branca não identificada (pode muito
bem ter sido o Espírito Santo, de qualquer modo era algo "maior
que uma pomba" e menor que um avião de reconhecimento
americano) "limpou a neve que cobria os ombros de uma estátua
do líder".
Mas igualmente o austero mundo mineral estará, segundo a
agência oficial do regime, a KCNA, inconsolável. Assim, no
momento em que Kim Jong-il soltava o último suspiro, o gelo
de um lago de Monto Baekdu, sua terra natal, incapaz de
suportar em silêncio o sofrimento, quebrou-se "com um rugido
que fez tremer o céu e a terra".
Espera-se uma nota do PCP condenando a ingerência da
Natureza nos assuntos internos da República Popular
Democrática da Coreia. (Jornal de Notícias)
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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
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