Maioria disponínel para aprovar algumas propostas do PS. Esquerda desvaloriza “pacote da transparência”
O ex-deputado socialista João Cravinho encontra no “pacote da transparência” do PS, que vai ser hoje debatido na Assembleia da República, “omissões” que considera “graves”, embora queira deixar claro que a proposta tem “aspectos muito positivos”, perante “a grande evolução” que os socialistas fizeram no combate à corrupção, em relação aos tempos de José Sócrates.
Cravinho lamenta, por exemplo, que a proposta dos socialistas sobre o financiamento dos partidos não corrija “o enorme erro que foi facilitar a entrada de dinheiro vivo” nos partidos políticos. “Devia ser corrigido esse erro clamoroso e escandaloso de abrir as portas ao dinheiro vivo sem qualquer controlo”, diz o ex-ministro de António Guterres, referindo-se à alteração à lei, em 2009, que aumentou os valores que os partidos podem receber em dinheiro vivo, o que dificultou a fiscalização.
Outro aspecto que carece de uma solução, na opinião de Cravinho, é a ausência de sancionamento à “violação do princípio da transparência”. “Todo este pacote se baseia na afirmação do princípio da transparência, mas está em cima da mesa o problema de como sancionar. O PS tem de ter uma solução para isso. Não pode dizer que não tem nada a ver com o sancionamento.”
O ex-deputado defende ainda que a Assembleia da República não pode continuar a ignorar o conflito de interesses que existe entre o exercício da advocacia e o lugar de deputado e lembra que “existe uma proposta da Ordem dos Advogados que considera incompatíveis” as duas funções.
João Cravinho avançou com um projecto ambicioso anticorrupção em 2006, mas viu a maioria das propostas serem rejeitadas pela sua própria bancada. O ex-deputado faz agora questão de frisar que “o PS fez uma grande caminhada no sentido de inverter as suas ideias sobre o combate à corrupção e mudou radicalmente a sua posição”.
Notas do Papa Açordas: De uma coisa pode estar certo o Cravinho: o PS nunca esteve interessado em acabar com a corrupção!... Porquê? Porque grande parte dos corruptos, estão dentro do PS!... Já chega de enganar o povo!
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