sábado, 2 de abril de 2016

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E o cata-vento é o Marcelo?


Começou por dizer que a intenção de cortar salários era uma falsa acusação da acusação, inventou um desvio colossal para o fazer dizendo que era por um ano, depois disse que era para o período de ajustamento, em Bruxelas disse que era os cortes eram definitivos, na campanha eleitoral garantiu que eram para mais uma legislatura, quando tentou o apoio do PS propôs acelerar a reposição, para depois dizer que a reposição mais rápida era uma desgraça. E o Cata-vento é o Marcelo?

Cortou todas as pensões e Tribunal Constitucional declarou a medida como inconstitucional, esclarecendo que não se podia chamar reforma a um corte linear das pensões. Desde então deixou de falar em cortes para falar de reforma, ainda que tenha voltado a informar Bruxelas que o país se comprometia a cortar nas pensões. Agora diz que não quer cortes, que isso é o jargão da esquerda, o que ele quer é uma reforma. E o cata-vento é o Marcelo?

Liderou o governo mais à direita que Portugal teve em democracia, não escondia as suas leituras do salazarismo, chamou requalificação aos despedimentos, disse que o despedimentos era uma oportunidade para os trabalhadores, sugeriu aos portugueses que emigrassem, chamou democracia económica à venda de grandes empresas estratégicas nacionais ao partido Comunista da China. Agora, porque lhe ´+a jeito, afirma “social-democracia sempre!”. E o cata-vento é o Marcelo?

Adoptou o seu ar mais choros para pedir desculpa aos portugueses por ter aprovado uma meia dose de austeridade no tempo do governo de Sócrates. Mal se apanhou no governo adoptou o programa de austeridade mais brutal que a Europa conheceu, quase comparável ao que os Boys de Chicago aplicaram no Chile de Pinochet, e ainda chamou piegas ao povo português. E o cata-vento é Marcelo.

975 dos militantes do PSD escolheram Passos para continuar a liderar o seu partido, agora estão em Espinho para o aclamar, estão escolhendo um líder sem palavra, que hoje é uma coisa e amanhã é outra, em quem já ninguém acredita e que em tempos, num momento de falta de vergonha na cara, chamou cata-vento a um ex-presidente do seu próprio partido. O PSD deve estar doido ao fazer esta encenação espinhosa, pondo um cata-vento na sua liderança.

Enfim, há por ali muitos cata-ventos que ontem diziam cobras e lagartos de Passos, ainda que em privado, que em Espinho o  aclamam e que mal termine o congresso começam a pensar numa alternativa. E o cata-vento é o Marcelo?

In "O Jumento"


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