quarta-feira, 23 de novembro de 2016

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 Palhaçada orçamental
   
«Pedro Passos Coelho tinha avisado que o PSD não entraria em negociações de "mercearia" no debate sobre o Orçamento do Estado para 2017 e que só iria a jogo com propostas de alteração de natureza "estruturante". São essas "propostas estruturantes" que o PSD se propõe apresentar e debater esta quarta-feira de manhã, num colóquio na Assembleia da República.

Os deputados sociais-democratas foram surpreendidos na segunda-feira à noite com uma "convocatória urgente" do líder parlamentar, Luís Montenegro, para estarem presentes na quarta-feira numa "reunião aberta do grupo parlamentar" – ou seja, com a presença da comunicação social e "difundida em direto pelos canais do PSD". Depois de um processo de preparação de propostas de alteração ao OE no qual o grupo parlamentar nunca participou –o trabalho ficou confinado à direção do partido e do grupo parlamentar – os deputados vão finalmente conhecer essas propostas ao mesmo tempo que o país. "Somos os figurantes que vão lá bater palmas", desabafava esta manhã um deputado social-democrata.

Nesta espécie de showcase das "propostas estruturantes" do PSD, Luís Montenegro é o primeiro a ocupar o palco e Pedro Passos Coelho será o último. Pelo meio, três especialistas convidados vão falar das grandes áreas destacadas pelo partido: Miguel Poiares Maduro, ex-ministro com a tutela do Desenvolvimento Regional vai falar de descentralização e poder local; Pedro Reis, ex-presidente da AICEP e atual presidente do Instituto Sá Carneiro, vai apresentar as propostas sobre economia e investimento; Paulo Ferreira, ex-diretor nacional do Instituto de Segurança Social, vai falar das ideias dos sociais-democratas para a reforma da Previdência.» [Expresso]
   
Parecer:

Depois de se ter recusado a colaborar no OE de 2015 o PSD prepara uma palhaçada orçamental, com uma sessão parlamentar exclusiva sobre propostas orçamentais que não propôs e usa agora para dar espectáculo. Primeiro Passos organizou as cortes orçamentais de Albergaria-a-Velha, onde apresentou as suas patacoadas no estatuto de primeiro-ministro no exílio. Agora vai ao parlamento fazer o seu show exclusivo, para a comunicação social e sem qualquer espécie de contraditório.

Enfim, Passos Coelho passou agora à fase do primeiro-.ministro no exílio falando para o parlamento dos pequeninos, onde só ele e o Montenegro falam, enquanto os outros babacas aplaudem.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

In "O Jumento"


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